Algum poder público, no caso a prefeitura, precisa intervir com mais rapidez e eficácia nesse conflito de terra no Ramal da Judia, que está se transformando em um paiol de pólvora. Não se trata apenas de uma questão judicial, mas de um problema social que envolve dezenas, centenas de famílias que se dizem ameaçadas de expulsão de suas casas.
Como se vem divulgando desde a semana passada, os moradores estão inquietos, revoltados. Já saíram às ruas em protesto, fecharam ruas e avenidas de acesso à cidade, provocando interrupção do trânsito, entraram em confronto com a polícia. Basta agora uma ordem judicial de despejo, como se anuncia, para degenerar em um conflito com conseqüências imprevisíveis.
Nessas horas e circunstâncias o poder público não pode omitir-se e deixar para a Justiça ou a polícia resolver com o uso da força, como acontece sempre. Repetindo: trata-se de uma questão social e como tal deve ser resolvida da melhor maneira possível. Este Estado já viveu momentos traumáticos de conflitos pela posse da terra em anos passados e não pode repetir os mesmos erros.