O procurador da República Anselmo Cordeiro Lopes, acompanhado do presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Fernando Lima, e do secretário de Floresta João Paulo Mastrangelo, esteve quinta (4) na floresta estadual do Antimary. Ele foi conhecer in loco um dos planos de manejo mais bem consolidado no Estado.
“Esta foi a segunda vez que visitamos o projeto. As áreas exploradas estão com uma boa regeneração, o que significa dizer que a floresta está sendo manejada corretamente. Mas precisamos de aporte tecnológico para melhor controlar a circulação da madeira”, analisou o procurador.
Emitindo o certificado internacional de qualificação ambiental desde o começo do plano, em 97, a floresta do Antimary possui 47.000 mil hectares e abriga 52 famílias. Atualmente, 4.000 hectares são explorados de forma manejada, não obstante à exploração empresarial na Fazenda São Jorge. Um posseiro recebe cerca de R$ 10 mil anualmente.
O licenciamento é concedido pelo Imac, mas é preciso existir um plano de manejo, que é submetido à análise de técnicos. “A base da economia do Estado está na floresta”, disse o presidente do órgão, Fernando Melo. Ele acrescentou que há, ainda, 22 mil hectares de floretas sendo manejadas dentro de projetos de assentamentos. O manejo florestal é uma opção às queimadas e aos desmatamentos.
Estima-se que o potencial de produção seja superior a 500 mil m³ de madeira nas próximas 2 décadas. Tudo isso sem destruir as matas nativas, sem dizimar as espécies animais e sem expulsar as famí-lias de seringueiros e ribeirinhos que vivem há décadas na área. Toda a madeira estocada recebe benefícios no próprio Estado antes de ser exportada. Isso movimenta a economia local e gera empregos também na cidade.
Atividade gera renda à comunidade – Um exemplo concreto do potencial madeireiro da região. De um dos lotes de 100 ha explorados foram identificadas 2,3 mil ár-vores. Desse total, foram retiradas pouco mais de 10% (289 árvores) e os resultados financeiros são bons. “Em 2009, a renda anual por família foi de R$ 7,8 mil. Em 2010, subiu para R$ 8,5 e 2011 supera os R$ 10 mil”, informou o secretário Mastrangelo.
O principal objetivo do sistema de produção em florestas estaduais é democratizar a utilização dos recursos naturais. Mastrangelo explica que nas áreas privadas os benefícios financeiros vão exclusivamente aos proprietários. Já no sistema de florestas públicas, as empresas são selecionadas, trabalham em sistema de consórcios e pagam ao Estado pela utilização da área, obedecendo aos critérios determinados pelos técnicos do governo.
As famílias que moram nas primeiras áreas exploradas da floresta do Antimary receberam por cada árvore retirada um valor determinado pelo projeto de criação da floresta esta-dual. Os moradores também dispõem de postos de saúde, escolas, uma serraria coletiva, beneficiamento de ramais, assistência técnica e formação profissional.
Como uma espécie de complemento de renda, todos os moradores do projeto também desenvolvem atividades de extrativismo, como a borracha e a castanha. Além disso, possuem pequenas plantações e algumas cabeças de gado para consumo doméstico. O projeto compreende, ainda, uma série de outras ações nas áreas, por exemplo, de turismo científico e pesquisa.