Enfim, a Câmara Federal aprovou a extinção dos 14º e 15º salários que pagava aos deputados no fim e no começo de cada ano legislativo. O Senado deve adotar a mesma medida e por efeito cascata as assem-bleias legislativas e câmaras municipais serão também obrigadas a suspender esses pagamentos ou outras vantagens semelhantes.
Não será ainda com esse ato que a classe política irá se redimir ou recuperar seu baixo conceito na opinião pública, mas pode ser, talvez, um começo, se outras medidas complementares forem tomadas para extirpar outras situações inaceitáveis, que transformaram ao longo dos anos o parlamento, em suas várias instâncias, em uma “usina de escândalos”.
Esta é mais uma dessas práticas nocivas e lesivas que vigoram nas casas legislativas deste país, que afrontam aos mais elementares princípios da ética e da moralidade, constituindo-se até mesmo como um escárnio a milhões e milhões de brasileiros que vivem na pobreza e na miséria, sem um salário mínimo.
Para se ter uma ideia da imoralidade que permeia este tipo de expe-diente, em algumas casas legislativas os chamados 14º e 15º salários ficaram conhecidos como “auxílio-paletó”. Ou seja, mais uma afronta a esses milhões de brasileiros que não têm uma muda de roupa para se cobrir.