Nada a opor a que trabalhadores, de quaisquer categorias, exerçam seus direitos de reivindicar chegando até mesmo à greve. Contudo, é preciso também que esse direito seja exercido com responsabilidade e bom senso, sobretudo, quando estão em jogo direitos e interesses maiores da sociedade.
O princípio vale para os servidores da companhia ou serviço de abastecimento d’água (Saerb) que estão ameaçando deflagrar uma greve por tempo indeterminado. Como se sabe, a Capital passou quase duas semanas por uma nova alagação, que atingiu dezenas de bairros e ainda não se recuperou, totalmente.
Tanto quanto a retirada das famílias das áreas alagadas a volta para a casa demanda também todo tipo de atenção e cuidados, sobretudo, em serviços de higiene, para evitara incidência de doenças.
É obvio que nesses serviços os moradores e o poder público vão precisar mais do que em qualquer outra situação do fornecimento d’água. Ora, deflagrar uma greve nesta circunstância, com prejuízo no abastecimento, é completamente inoportuna e chega a se constituir em uma falta grave de responsabilidade.
Além do que, pelo que se tem visto, a direção da empresa está disposta a conversar, dialogar, negociar e é isso que deve ser feito neste momento de dificuldades.