Tudo o que vier para manter a independência e a harmonia entre as instituições deve ser apoiado para evitar excessos e abusos. Contudo, é preciso que as próprias instituições, através de seus dirigentes ou representantes, deem o exemplo não exorbitando suas atribuições e moderando suas declarações.
Não há como ignorar ou negar que nas últimas semanas, por conta dessa operação deflagrada pela Polícia Federal, que resultou na prisão de secretários e empresários, alguns segmentos, sobretudo, políticos, exorbitaram em um chorrilho de declarações e insinua-ções indevidas. Algumas graves, colocando, sob suspeição, decisões da Justiça e da polícia.
De outro lado, não se pode ignorar que houve excessos também de quem tinha o dever de resguardar informações que atentavam contra o princípio constitucional da presunção da inocência e da privacidade. Agora, de pouco adianta atribuir culpa à imprensa.
Ou seja, está havendo excessos de ambos os lados e é isso que precisa ser corrigido para restabelecer a independência e harmonia entre as instituições, como preconiza o Estado Democrático de Direito.
Além do que – vale repetir – este Estado não pode ser paralisado, engessado por uma investigação policial, com sérias consequências para a sociedade.