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O Brasil das superstições e crendices

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
05/06/2013 - 12:13
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 Há entre o povo brasileiro uma mistura singular de superstições e crendices, a ponto de não se saber onde começa a crendice e ou a superstição. E, embora as crenças populares sejam supersticiosas, não se deve confundir superstição com crendice. Por exemplo, acreditar em bruxas, almas penadas, fantasmas, não é superstição. Superstição é quando uma pessoa atribui a certos fatos, ou criaturas, animais ou coisas, poderes maléficos ou benéficos, dependendo de circunstâncias variáveis. Ex.: encontrar um gato preto não tem importância, mas se ele correr na nossa frente é que dá azar.

 As superstições participam da própria essência intelectual humana e não há momento da história do mundo sem sua inevitável presença. A elevação dos padrões de vida, o domínio da máquina, a cidade industrial ou tumultuosa, em sua grandeza assombrosa, são tantos viveiros de superstições, velhas, renovadas e readaptadas às necessidades da vida.  Assim, todas as profissões têm o seu “corpus” supersticioso, e aqueles que confessam sua independência absoluta da superstição são porque não chegaram no instante da confidência reveladora.

 A superstição é sempre de caráter defensivo, respeitada para evitar mal maior ou distanciar sua efetivação. Os sinais exteriores são os amuletos que, incontáveis, transformam-se em adornos, joias e vivem na elegância universal dos dias. Essa legítima defesa estende-se às zonas mais íntimas do raciocínio humano e age independente de sua ação e rumo. A própria etimologia latina mostra que superstição é uma sobrevivência em sua preservação: Superstição [Do lat. superstitione.] Sf. 1. Sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes.  Enquanto Crendice,[De crer; formação irreg.] Sf. 1. Crença em presságios tirados de fatos puramente fortuitos; 2. Apego exagerado e/ou infundado a qualquer coisa.   

 As superstições, como os pecados, podem dar-se por pensamentos, palavras e atos.  Por exemplo: por pensamento – Fazer três pedidos quando se vê uma estrela cadente; por palavras – dizer Isola! Quando alguém se referir a um malefício acontecido a outra pessoa;  por atos – levantar da cama com o pé direito para que o dia lhe seja benéfico.

 A ideia da superstição é am-bivalente, pois existe a crença de que há sempre meios de anular a força positiva ou negativa de qualquer elemento. Se isso acontece, deve-se fazer aquilo para prevenir o mal, ou realizar tais práticas ou trazer objetos especiais. Ex.: Quando a gente encontra ou fala com pessoa que dá azar, convém bater na madeira ou fazer figa com a mão. Daí o apelo a talismãs, amuletos, esconjuros, orações e todo um arsenal supersticioso, muitos dos quais servem não só para nos defender do azar ou mau-olhado, como para projetá-lo nos inimigos ou desafetos, como os espelhinhos dos chapéus dos dançadores de Reisado.

 As Crendices podem referir-se às variadas manifestações do folclore espiritual, como: fantasmas, duendes, figuras míticas e assombrações, com também a ritos religiosos católicos ou fetichistas. Ex.: acreditar que Santo Onofre evita a embriaguez ou não deixa faltar dinheiro na carteira; que Santa Bárbara afasta as tempestades; Santo Antônio possibilita casamento para aqueles que nele depositem fé. Ainda, o ser humano acredita em orações fortes contra quebranto, mau-olhado, cobreiro, peito-aberto; deposita fé e crença em medalhas, rosários, crucifixos, patuás etc. Existem crendices e superstições referentes à natureza: sol, lua, estrelas. Apontar para estrela faz nascer verruga na ponta do dedo. Ou então acerca da água, da chuva, dos ventos ou das nuvens. Ex.: moça que come na panela, chove no dia do casamento. O sol cura tersol.

 Existem muitas outras crendices, em meio ao povo brasileiro: jogar moedas para fora de casa à meia-noite atrai riqueza para todos que moram nela; no último dia do ano, é bom fazer uma bela limpeza na casa, varrendo-a de trás para frente. O lixo deve ser colocado para fora, assim como todo e qualquer objeto quebrado. Lâmpadas queimadas precisam ser trocadas. Nada de roupas guardadas do avesso; usar lençóis limpos, na primeira noite do ano, deixa os possíveis problemas do ano que passou na máquina de lavar; para acabar com os problemas de coluna, basta colocar na noite de Ano Novo um pedaço de cana, da altura da pessoa, debaixo da cama; para ter sorte no amor, à meia-noite, você deve, em primeiro lugar, cumprimentar uma pessoa do sexo oposto.

 Observa-se que tanto as crendices quanto às superstições se encontram relacionadas com as plantas, animais, fogo, objetos, acontecimentos me-teorológicos, enfim, tudo o que nos rodeia. Desse modo, as superstições e as crendices existem tanto em pessoas das esferas populares, quanto nas camadas mais elevadas da so-ciedade, e quando elas não são consequência do medo, o são de crenças tradicionais, muitas das quais se perdem nas noites dos séculos, derivando, por vezes, de arquétipos milenares.

DICAS DE GRAMÁTICA

FEBRE ALTA EXISTE, PROFESSORA?
– Na medicina gramatical não existe febre alta nem febre baixa. Na verdade, toda febre é temperatura alta. Então basta dizer: Ele não tem febre ou ele tem febre.

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A ENFERMEIRA PODE TIRAR A PRESSÃO DO PACIENTE?
– Olha, se ela fizer isso o paciente morre. O que ela deve fazer, seguindo orientação médica, é medir a pressão do paciente.

ENTREGA EM DOMICÍLIO ou ENTREGA A DOMICÍLIO?
 – Entrega em domicílio é o certo, segundo a gramática normativa, porque “entregar não é verbo de movimento” e porque se diz “entrega em casa”.
Então está equivocada a propaganda do Supermercado Gonçalves, com entrega a domicílio. Deverá dizer: O Gonçalves entrega em domicílio.

Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da Academia Acreana de Letras; Membro Fundador da Academia dos Poetas Acreano; Pesquisadora Sênior da CAPES.

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