O Sindicato dos Médicos deu uma demonstração de bom senso, maturidade e responsabilidade social ao negociar com os interlocutores do Governo e por fim à greve que havia sido decretada por tempo indeterminado, na semana passada.
Se vale sempre dizer que é um direito de qualquer trabalhador ou categoria profissional reivindicar melhores salários e condições de trabalho, no caso de servidores públicos, vale sempre também observar que precisam manter-se abertos ao diálogo e chegar a um acordo possível.
Servidor público, mantido com o dinheiro público, tem responsabilidade social para com a sociedade e não pode simplesmente decretar paralisações ou greves por “tempo indeterminado”. Como se a população, sobretudo, os que precisam desses serviços essenciais, como a saúde, educação, segurança pública e transportes pudessem permanecer também por “tempo indeterminado” sem esses serviços.
O princípio vale para os professores da rede pública que estão em greve há um mês e vem mantendo negociações com o Governo. A um certo momento, porém, o Governo e a categoria precisam chegar a um acordo possível. Pelas contas que se fazem, o ano letivo poderá ficar seriamente comprometido se a paralisação perdurar mais alguns dias. Não é justo, é desumano até, que os estudantes paguem o preço.