A impressão que se tem – e não é só impressão – é a de que algumas greves que ainda persistem aqui no Estado são mais virtuais do que reais. Ou seja, estão sendo mantidas e alimentadas mais pelas redes sociais do que pelo real apoio das categorias.
É o que se constata com as greves dos professores da rede pública estadual e municipal e com os servidores da prefeitura da Capital. Deflagradas pelo chamado “efeito colateral” das grandes manifestações e protestos que tomaram conta do país no mês passado, essas greves esbarraram nas limitações financeiras do Estado e município.
Além disso, contaminadas também por segmentos estranhos às categorias, com outros interesses apenas político-eleitoreiros ou revanchistas, acabaram divididas e correm o risco de não obter nenhum ganho real, se suas lideranças não forem inteligentes para negociar o que é possível obter na atual conjuntura.
Neste aspecto, vale insistir que greve em serviços públicos essenciais “por tempo indeterminado” não se sustentam. Primeiro, porque não são éticas, ferem o direito da sociedade em receber esses serviços. Depois, porque suas reivindicações estão contingenciadas às limitações financeiras do erário público e acabam se desgastando e se cindindo. Insistir nesses movimentos, quando não há mais condições, é irresponsabilidade e até mesmo burrice.