O Acre e o país estão abaixo do percentual de doadores recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 4% da população, no mínimo. O país e o Estado têm menos de 2% de doadores frequentes. “Se cada brasileiro fizesse uma doação por ano, nós não teríamos problemas com a falta de doações”, disse o médico hematologista Denys Eiti Fujimoto.
Fujimoto acompanhou mais um dia de campanha de doação de sangue do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre), realizada na Praça da Revolução, no Centro de Rio Branco, no último fim de semana. O ônibus do Hemoacre ficou uma tarde inteira recebendo doadores, ao mesmo tempo em que era exibido o programa da TV Aldeia e Rádio Difusora Acreana, Show de Calouros.
A parceria com o Sistema Público de Comunicação do Acre promoveu uma campanha de conscientização, durante duas semanas, sobre a importância da doação de sangue. De acordo com a equipe técnica do Hemoacre, a população ainda é pouco informada sobre o assunto. “Precisamos falar sempre sobre o assunto até que as pessoas se solidarizem e venham doar sangue por conta própria”, destacou o médico hematologista Fujimoto.
Durante três horas de atendimento, o ônibus recebeu três doações efetivas e três tentativas de pessoas que buscaram doar, mas não puderam, por causa de alguma questão de saúde. Cada doação serve para atender, aproximadamente, dois pacientes que necessitem receber sangue em algum tipo de procedimento médico.
“A nossa luta diária é conscientizar a população sobre o ato solidário de doar sangue”, disse a gerente de capacitação de doadores do Hemoacre, Marlice Aquino.
Doações – Para doar sangue, a pessoa deve ter entre 16 e 68 anos, mais de 50 quilos e estar bem de saúde, além de levar um documento de identificação. Depois de preencher uma ficha, o doador passa por um teste rápido de anemia.
“Os hematóglitos do homem devem estar entre 39 e 55, e da mulher entre 38 e 45. Se estiverem fora desses valores, existe algum problema. Com isso, a pessoa não pode doar, e nós orientamos a procurar um médico”, explicou a técnica em hemoterapia, Rosilene Torres.
Depois do teste de anemia, o doador passa por uma entrevista clínica, onde responde a uma série de perguntas sobre comportamento e mede a pressão arterial e a temperatura. Superada essa fase, o doador segue para uma espécie de cantina, onde recebe um lanche.
Nenhum doador pode ser submetido ao procedimento sem estar alimentado. Depois do lanche, o doador é acomodado em cadeiras reclinadas acolchoadas, onde ficam por, aproximadamente, dez minutos, retirando o sangue. Antes de ir embora, recebem mais um lanche, para evitar indisposições.
Todo sangue doado passa por exames para comprovar a não infecção por qualquer tipo de doença. Depois disso, é submetido a procedimentos que separam em até três partes: concentrado de hemácias (vermelho), plasma (amarelo) e plaquetas. Cada parte é utilizada em casos específicos de atendimento médico, como cirurgias, hemorragias e tratamento de câncer, por exemplo.