A eleição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac) foi marcada por confusões e indícios de fraude. Mesmo assim, Rosana Nascimento, da chapa 4, venceu o pleito com 28,4% dos votos. Resultado contestado pelos outros 5 cinco candidatos, que se sentiram prejudicados com a falta de organização da Comissão Eleitoral e dizem que vão à Justiça pedir a anulação do processo eleitoral.
João Sandin, Raimundo Accioly, Justino Queiroz, Waldir França e Toinha confirmam que, mesmo após o encerramento da apuração, aparecem urnas com votos não contabilizados. Além disso, Justino denunciou que uma urna da escola Alcimar Nunes Leitão sumiu.
“Independente do resultado, todo processo foi confuso. A Comissão Eleitoral não deu conta de coordenar as ações das eleições”, explica o candidato Justino.
Rosana obteve 1.978 votos e o 2º colocado, Raimundo Accioly, foi a grande surpresa pela expressiva votação: 1.617 votos. O candidato da ala socialista, Justino Queiroz, obteve 901 votos, seguido de Waldir França (884) e João Sandin (880).
João Sandim voltou a afirmar que existiram urnas que não bateram o número de votantes com o número de assinaturas. Ele afirma que houve fraude e ainda ‘o uso da máquina pública para tirar proveitos políticos’.
O presidente da comissão eleitoral, José Augusto Rosas, preferiu não se pronunciar sobre a questão. Uma entrevista coletiva está marcada na segunda-feira, 2, para maiores esclarecimentos sobre os indícios de fraude. Enquanto isso, o resultado está mantido.
Caso a eleição seja confirmada, Rosana toma posse no próximo dia 5 de setembro. “O processo foi todo transparente, tanto que a nossa chapa foi a que menos contou com fiscais”, destaca Rosana. “Não há nenhuma razão para impugnarem a eleição. Cumprimos tudo o que manda nosso estatuto. Agora, se eles se acham prejudicado, é um direito recorrer à Justiça”, declarou Rosana.
Processo tumultuado – A apuração na Capital foi tumultuada e cheia de denúncias de fraudes. As primeiras urnas chegaram sem lacre ao local de apuração, que foi na quadra do Colégio Acreano. Por volta das 20h começou o bate boca entre os candidatos, fiscais e cabos eleitorais.
No meio da confusão, um menor entrou no recinto, pegou uma das urnas e tentou fugir com os votos, pulando uma das arquibancadas da quadra. A ação rápida de militares e dos próprios fiscais envolvidos no processo evitou a tentativa de fuga. Mas o tumulto foi inevitável. Cédulas de votos foram perdidas no meio do empurra-empurra. Jovens chegaram a ficar detidos no pátio do colégio, mas logo foram liberados pela Polícia Militar.
Taxistas, moto-taxistas e até diretores de escolas não paravam de chegar ao local de apuração sem acompanhamento de nenhum fiscal, o que aumentava ainda mais as suspeitas de fraudes.