Vou te fazer uma pergunta direta, leitor: em que você vai votar nas eleições gerais do ano que vem? Como assim não sei? Como assim, tu vais votar nesse cara? Como assim tu vais anular teu voto? Como assim você não se importa e quer mesmo é que todos se explodam em santinhos e placas nas portas de suas casas (ops, placa não pode, ou será que pode?? Dúvida cruel!!)? Como assim é muito cedo para pensar nisso? Será que é mesmo? Eu penso que não. Penso que é tempo de pensarmos muito bem em como vamos nos comportar – no tocante aos números que iremos teclar nas urnas eletrônicas em outubro de 2014.
Cada cidadão vai à cabine e dará (sim, meu caro, voto não se vende e nem se compra, é de grátis, tá ligado??) cinco votos. Numa tacada só você vai eleger um (a) deputado (a) estadual, um (a) deputado (a) federal, um (a) senador (a), um (a) governador (a) e um (a) presidente(a). Muita gente, né? É, é muita gente. Muito voto e muitas coisas em jogo ao toque do seu dedo indicador, meu caro, por isso acho bom você começar a pensar nisso, porque tem uma turma grande por aí que não pensa em outra coisa.
Por causa dessa turma a gente tem que começar a pensar em coisas do tipo: esse cara tá conversando comigo porque gosta ou porque tá pensando em conquistar meu voto? Esse amigo tá vindo com tanta frequência aqui em casa porque gosta da minha companhia, da minha amizade ou porque quer pedir voto pra ele e pros seus outros amigos? E ainda tem os que são candidatos à reeleição. É, esse aí mesmo que tô falando, meu camarada! Aquele seu amigo que virou parlamentar ou assessor e depois da eleição tomou chá de sumiço, nem te dava as horas quando passava por ti e agora voltou a ser teu melhor amigo de infância, também tá no páreo. E nem vou falar dos majoritários. Vamos ficar na proporcionalidade que dói menos.
A parada é dura, meu amigo, dura demais. Tapinha nas costas não muda o mundo. Beijinho no rosto não melhora qualidade de vida. E um oi tudo bem interesseiro não transforma a vida das pessoas. Pense bem. Pense bem quando for pesar na balança os prós e contras. Amizade não pode ser o critério determinante do seu voto. Dinheiro então, nem pensar!
Te convido a refletir sobre isso leitor/eleitor, com muito cuidado e zelo. Não é apenas um voto chato e obrigatório que está em jogo. É o futuro do país, do Estado e da cidade. Quando elegemos os nossos governantes pelo voto direto e secreto, estamos dando a eles uma carta praticamente em branco os autorizando a nos representar e trabalhar pelo nosso bem comum. Mas nem todos, você bem sabe, estão interessados nisso. Pelo contrário.
É cada vez mais urgente e necessário que nós, os eleitores, depositemos nas urnas não só as nossas esperanças, mas as nossas certezas e convicções de que há um futuro melhor para todos. Como vocês, tenho vários amigos candidatos nas eleições de 2014. E não é só porque trabalho nessa área há mais de 20 anos. É porque vivemos em um Estado pequeno, onde todos se conhecem e onde todos querem, com todo o direito, um lugar ao sol no Palácio, no Congresso e na Aleac.
Eu já sei, por exemplo, para quem vou dar meu voto de governador, senador e deputado federal. É decisão pensada. Praticamente com prego batido, ponta virada como se diz. E te digo mais: ainda tenho muitas dúvidas sobre deputado estadual. Tá difícil o negócio, pelo menos pra mim. Cada dia que passa é mais difícil confiar, acreditar nos políticos e na política, mas o modelo que temos é esse, então o negócio é refletir, olhar, observar e decidir com a razão.
Porque te garanto uma coisa: não vou votar por amizade. Vou votar por convicção. O motivo? Simples: quero ser representada no Parlamento e no Palácio por políticos que trabalhem pelo Acre, pelo seu povo, pelo seu desenvolvimento e não para defender interesses desse ou daquele pequeno grupo ou interesses pessoais e escusos. Claro que meus candidatos em potenciais defendem bandeiras e lutas que acredito, mas para além dos seus pequenos feudos, quero acreditar que o compromisso de cada um é com o macro, com todos os eleitores e não com suas panelinhas.
O fato de ter tomado uma decisão, não significa que eu não mude de ideia até o dia da eleição. Mudo mesmo!!! Se no meio do caminho essas pessoas apresentarem posi-cionamentos ou comportamentos contrários ao que eu penso, creio e defendo, mudo de ideia – e de candidato – sem dó nem piedade. Prefiro mudar de ideia antes de apertar a tecla e o enter do que me arrepender depois daquilo que deveria ter feito e não fiz. Por tudo isso é que te chamo a essa reflexão e te pergunto: você já sabe em quem vai votar em 2014?
P.S – Não esqueça que o que tá em jogo não é o SEU futuro, mas o futuro do Acre.
P. S do P.S – O Marcos Vinícius foi ali na Aldeia Nova Esperança participar do Festival Yawa. Como eu não pude ir, minha vingança é escrever besteira – minha especialidade, modéstia a parte – no lugar dele. Quem sabe assim ele pensa duas mil vezes antes de me emprestar o espaço da próxima vez…
Carinhos meus,
Charlene Carvalho