Pronto! O Acre desde domingo, 10, voltou a ter o antigo horário. Agora são 3 horas de diferença em relação a Brasília. Apesar de algumas reclamações por conta da mudança, a rotina deverá permanecer a mesma, já que escolas, bancos e funcionalismo público não sofreram alterações no horário, pelo menos até o final do ano.
A principal reclamação sobre a volta do horário é a adaptação à nova rotina. A servidora pública Júlia Gomes acredita que a vontade popular está sendo respeitada, mas admite que já estava adaptada ao novo horário. “Essa decisão demorou muito. As pessoas já estavam acostumadas com esse horário. Agora vamos ser obrigados a nos acostumar novamente. Será um transtorno com toda certeza”, lamenta.
De acordo com o Sindicato dos Bancários do Acre, existe uma previsão de mudança, mas só após o fim do horário de verão no ano que vem. Até lá, o atendimento continuará sendo feito, das 8h às 13h. O que vai reduzir é o horário de trabalho interno, mas as agências irão manter o mesmo atendimento aos clientes, confirma.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (SEE/AC) afirma que o horário escolar não sofrerá alterações até o fim deste ano letivo, exceto a cidade de Cruzeiro do Sul. A decisão veio após verificar o andamento do ano letivo de 2013, que se encontra no 4º bimestre escolar.
Após vários debates entre a classe escolar, uma mudança repentina na atual rotina dos funcionários e dos estudantes poderia prejudicar e gerar desconfortos para os colégios e para as comunidades escolares.
Comércio sem mudanças
Comerciantes acreditam que a mudança não trará benefícios. E o aumento da diferença de horário em relação a Brasília exige maior organização dos empresários nas transações. Apesar disso, o comércio deverá acompanhar a decisão de não alterar o horário, assim como o funcionalismo público, confirma o presidente da Acisa, Jurilande Aragão.
De acordo com o presidente da Federação do Comércio do Acre (Fecomercio), Leandro Domingos, o setor comercial já estava adaptado ao horário vigente no Estado.
“Voltar ao horário antigo é um retrocesso danoso às relações comerciais entre as empresas do Acre e do resto do Brasil, que voltarão a conviver com 2 horas de diferença e, no horário de verão, com 3 horas. Com certeza, esta mudança não atende aos anseios do setor produtivo do Estado”, confirma o presidente da Fecomercio/AC.
Motivo da mudança de horário
No dia 31 de outubro a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.876/2013, que alterou o Decreto 2.784/1913, para restabelecer os fusos horários do Acre e de parte do Amazonas, até então reduzidos para 1 hora pela Lei 11.662/2008, de autoria do então senador e hoje governador Tião Viana.
O referendo feito em outubro de 2010 apontou que 56,8% da população preferiu atrasar os relógios em 1 hora e, assim, ficar a 2 horas de diferença de Brasília, sem o horário de verão.
Com a sanção da lei, Acre e a parte do Amazonas que fica a oeste da linha que parte de Tabatinga/AM segue até Porto Acre/AC, voltam a ter 2 horas a menos que Brasília. Mas, como atualmente o Brasil está com o chamado horário de verão, esta diferença sobe para 3 horas. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)