(Foto: BRUNO KELLY/APN)
A Amazon Photo News é uma agência de imagens acreana. Entrou no mercado com um diferencial importante em relação às concorrentes: mostra a Amazônia sem os clichês de sempre. Na Amazon, a câmera está próxima dos dramas amazônicos.
Onças, araras, fotos aéreas de mata riscadas pelos rios tortuosos fazem parte do arquivo, dependendo da exigência do cliente. “Mas, a ideia é ampliar o olhar sobre o nosso lugar”, diz o idealizador da agência, Odair Leal, fotógrafo com dois livros publicados e uma exposição pela Europa com a Amazônia como tema.
Leal também passou pela redação de A Crítica, no concorrido mercado amazonense de fotografia. “Conflitos de terra, invasões, projetos de desenvolvimento e a relação disso com o elemento humano é o que nos interessa”.
Nessa lógica, Cultura, Meio Ambiente, Cidades, Economia tudo é pauta na Amazon Photo News. No entanto, ressalta o idealizador da agência, “o factual nos interessa na medida em que ajude a documentar a vida na região”.
Para isso, Leal conta com um time (por enquanto) pequeno, mas qualificado. Bruno Kelly é fotógrafo que pertence ao grupo da Reuters; Michael Dantas, fotógrafo amazonense, com passagem pelo jornal A Crítica e por grandes redações do Nordeste. Raphael Alves é outro colaborador da Amazon Photo News. Atualmente, faz doutorado em fotografia em Londres. Joel Rosa, fotógrafo do amazonense Em Tempo, fecha o grupo de colaboradores.
“Mas, as possibilidades para que novos colaboradores integrem a equipe estão abertas”, convida Leal. “Basta se apresentar que o trabalho será avaliado” (ver contatos no fim da matéria).
Atualmente, o gargalo que a Amazon Photo News enfrenta é a viabilização de um espaço físico. A agência está presente somente na internet, mas já começa a chamara atenção das grandes. “Uma grande agência já formalizou a entrada de um fotógrafo no staff da empresa porque viu o trabalho na Amazon Photo News”, comemora o fotógrafo.
A agência repassa aos colaboradores 50% da venda das imagens. É um retorno alto em comparação com outras agências brasileiras.
O cotidiano dos ribeirinhos amazônidas e o período da pior seca da região. (Foto: RAPHAEL ALVES/ APN)
PERFIL DOS FOTÓGRAFOS
(1) Michael Dantas, 28 anos, natural de Manaus (AM) começou a fotografar há cerca de 10 anos, atua como repórter fotográfico desde 2006, passando pelos jornais A Crítica, Diário do Amazonas ,Amazonas em Tempo e freelancer no Jornal O Povo, no Ceará. Conquistou Menção Honrosa no prêmio Leica Fotografe 2009. Atualmente fotografa eventos esportivos por todo Brasil, colaborando para Agências, Jornais, Revistas e sites especializados. Fascinado pela região Amazônica, confira aqui algumas imagens da cultura cabocla, do cotidiano e das belezas naturais do norte do país.
(2) Joel Rosa, nascido em Manaus, 47 anos, trabalha como repórter fotográfico no jornal Amazonas Em Tempo. Fotógrafo há 10 anos, gosta de fotografar “tudo que há na natureza”, dos ribeirinhos às paisagens, cobrir rebeliões, protestos e todos os tipos de movimentos populares. “A foto ela tem que ser verdadeira, espontânea”.
(3) Bruno Kelly. Formado em 2008 pela Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos. Iniciou profissionalmente na fotografia em 2005 colaborando para as agencias Folhapress e Agência Estado. Teve uma breve passagem pelo jornal O Vale, de São José dos Campos, e começou a colaborar também para as agencias internacionais. Em 2009, iniciou trabalho no jornal A Crítica. Atualmente, também realiza trabalhos para o GreenPeace e colabora assiduamente com a agência internacional Reuters. Em 2010, foi vencedor do Prêmio Jornalismo&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade na categoria Midia Regional. Participou de duas edições do livro “O Melhor do fotojornalismo brasileiro”. Em 2011, teve três fotos publicadas. Em 2012, também teve três fotos na mesma publicação.
(4) Raphael Alves. Nascido em Manaus, Amazonas, Raphael Alves tem se dedicado a transcrever visualmente as questões antropológicas, sociais, históricas e ambientais da região em que vive. Possui também ‘Master of Arts’ em Fotojornalismo e Fotografia Documental pela London College of Communication / University of the Arts, em Londres. Suas imagens foram publicadas por jornais (como A Crítica, Diário do Amazonas e Amazonas Em Tempo) e revistas. Teve seu trabalho distribuído também por agências como Reuters, Agência Estado, Folhapress, Agência O Globo (como freelancer) e Getty Images (como colaborador). O trabalho de Raphael Alves foi premiado na 31 ª edição do The Best of Journalism da Society for News Design, 2010. Também ganhou o prêmio Fiema (Feira Internacional de Tecnologia Para o Meio Ambiente) de Jornalismo Ambiental, em 2010; duas vezes o Prêmio Nacional de Fotografia ABRALE / SENAC (2010 e 2011). Em 2012, recebeu uma menção honrosa no Concurso Cultural Leica Fotografe.
E-mail de contato: [email protected]
Telefone de contato: 9978-7985
Site: www.amazonphotonews.com.br
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RETROSPECTIVA
Na economia acreana, 2013 foi um ano inesquecível: para o bem e para o mal
ITAAN ARRUDA
O ano que passou não será esquecido tão fácil pelos atuais gestores do Governo do Acre. Foi um período marcado pelas denúncias da Operação G7, da Polícia Federal. Mas, também foi um ano de inovação na gestão pública, com o Acre sendo o primeiro da federação a receber dinheiro pelo pagamento de créditos de carbono. Veja os principais momentos flagrados pelo suplemento Acre Economia em uma rápida retrospectiva.
*Janeiro
Leite: O suplemento inicia o ano fazendo um prognóstico da produção de leite no Acre. “A produção de leite continua artesanal, pouco profissionalizada e sem escala em 2013”, dizia o suplemento. De fato, os gargalos da cadeia de produção leiteira não foram superados até hoje.
Haitianos: O drama dos imigrantes continua a chamar atenção do Brasil e do mundo. O problema ainda persiste, com média de chegada de 50 por dia.
*Março
(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)
Trabalho infantil: Acre Economia noticia com exclusividade o drama de crianças que trabalham na produção da Farinha de Cruzeiro do Sul. Situação foi constatada por blitz realizada pelo Ministério do Trabalho no Juruá.
Soldados da Borracha: Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Soldados da Borracha do Acre, em delegação composta por representantes do Pará, Rondônia, denunciou o governo do Brasil junto a Organização dos Estados Americanos (OEA)
RBPrev: Câmara de Vereadores vota Plano de Amortização do déficit do regime próprio de previdência dos servidores da prefeitura da capital.
*Abril
FIP: Conselho de Investimentos do Fundo de Investimentos em Participações (FIP Amazônia) decide aplicar R$ 15 milhões na empresa Peixes da Amazônia S/A.
*Maio
Farinha: Preço de custo da farinha aumenta 100% em três meses. Empresários do setor supermercadista reclamavam que o preço teve quatro altas em abril. A baixa produção se deve a fatores como alagação de 2012, dificuldade de acesso ao crédito por parte do pequeno produtor e prioridade de comercialização aos mercados do Amazonas e Rondônia em função de contratos já assinados.
G7: Polícia Federal deflagra Operação G7, que denunciou suposto desvio de dinheiro público, envolvendo gestores do Governo do Acre e empresários.
*Junho
Telexfree: Juíza da 2ª vara Cível da Comarca de Rio Branco, Thaís Queiroz Borges de Oliveira Abou Khallil, atendeu parcialmente às exigências da Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Acre e bloqueia as atividades da Telexfree no Brasil.
Miséria: Reportagem exclusiva do Acre Economia faz um diagnóstico da pobreza e da extrema pobreza no Acre. “Miséria atinge 65,7 mil famílias no Acre”, informava a manchete da edição de 30 de junho. De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, em dezembro de 2004, 28.851 famílias eram beneficiadas com o Bolsa-Família. Em dezembro de 2012, pelos dados oficiais, o número subia para surpreendentes 70.769 famílias.
*Julho
Alagação no Juruá: Governo faz maior entrega de equipamentos agrícolas às vítimas da cheia no Juruá. Os moradores do Complexo de Florestas do Rio Gregório, vítimas da maior alagação que atingiu a região, receberam equipamentos para ajudar na reestruturação dos trabalhos em várias áreas. Foram beneficiadas famílias dos rios Liberdade, Acurauá, Taruarí e Gregório, dos municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul.
Hotéis: Empresários acreanos investem no ramo hoteleiro. Cinco grandes hotéis, ligados às redes internacionais, já executam obras em toda a cidade.
*Agosto
(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)
Piscicultura: Lula promove o Complexo de Piscicultura: “Quem quiser exportar para a Ásia tem que se instalar no Acre”, disse o ex-presidente ao falar da integração com o Pacífico para uma plateia de aproximadamente 600 pessoas.
Desenvolvimento Humano: Cai desigualdade entre Norte e Sul nos últimos 20 anos. O Atlas de Desenvolvimento Humano 2013 aponta melhora no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal nos últimos 20 anos. O crescimento foi registrado em 47,5%.
*Setembro
Via Verde: Via Verde rebate críticas sobre crise e estima R$ 200 milhões em vendas para 2013. Dorival Regini, sócio da Landis, administradora do condomínio, é otimista, mesmo no cenário de crise no comércio local.
C&A: Direção do Via Verde confirma chegada da holandesa C&A para o shopping do Acre em 2014. Notícia dada com exclusividade pelo Acre Economia.
*Outubro
Direitos: Povos indígenas têm que entrar na Justiça para garantir direitos adquiridos. Representantes de 10 terras indígenas protocolam carta no Ministério Público Federal cobrando ações já definidas por legislação.
ICMS: Governo ensaia mudança na forma de cobrança do ICMS. O assunto é recebido como uma bomba no meio empresarial.
*Novembro
Carbono: Banco alemão KFW anuncia segundo pagamento por compra de carbono. Acre é o primeiro estado da federação a receber pela venda de créditos de carbono em dezembro. Pagamento previsto para dezembro era de R$ 60 milhões.
*Dezembro
Comércio de fronteira: Parlamento Amazônico se reúne na Assembleia Legislativa do Acre e discute gargalos do comércio fronteiriço. Áreas de Livre Comércio e as Freeshops são debatidas. Discussão não tem efeito prático nenhum.
ICMS: Governo recua e só deve mexer na forma de cobrança do ICMS após eleições.
Ética X Economia: Ambientalista relativiza eficácia da captura de carbono e diz que mecanismo de compensação praticado por empresas em países desenvolvidos é anti-ético.
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2014 tem agenda econômica limitada
ITAAN ARRUDA
O ano que se inicia terá opções limitadas na já restrita agenda econômica do Acre. BR-364, Complexo de Piscicultura e Cidade do Povo fazem parte de ações estratégicas do governo de Tião Viana que sofrerão consequências em função do cenário macroeconômico adverso em um ano eleitoral.
Economistas menos apaixonados por ideologias e mais centrados em questões técnicas projetam que o Brasil crescerá entre 1,5% e 2% em 2014. É um cenário de economia desaquecida que herda de 2013 o menor superávit comercial dos últimos 13 anos.
A presidente Dilma tem a opção de aumentar os gastos públicos para tentar reaquecer a economia e colher dividendos políticos. Mas, isso teria consequências graves para o sonhado equilíbrio das contas públicas, sem contar o desgaste que isso traria para a imagem do país no exterior. Além disso, especialistas em macroeconomia afirmam que “ajustes” terão que ser feitos em 2015, independente de quem vença as eleições.
Se a presidente Dilma Rousseff está com limitações na esfera econômica, a situação do governador Tião Viana é, consequentemente, mais dramática ainda. Com indústria incipiente, base produtiva restrita, mão de obra desqualificada, infraestrutura de transporte ruim e comércio dependente dos holerites oficiais, o governador precisa ser muito mais rigoroso nos gastos.
Manter o custeio da máquina pública com as ações básicas já é um diferencial importante. Até agora, o secretário de Estado da Fazenda, Mâncio Cordeiro, conseguiu blindar a Sefaz e preservou o capital mais importante construído nos últimos 16 anos na economia acreana: o equilíbrio fiscal.
Isso traz respaldo institucional e conta pontos na apresentação de portfólio junto aos agentes financeiros. É com essa credibilidade herdada e mantida que Tião Viana consegue manter a máquina pública funcionando.
Além da manutenção básica da estrutura pública, está a execução dos três projetos citados. Eles são politicamente estratégicos para Viana. Mas, embora dois deles tenham surgidos nas pranchetas do atual governador, só foram possíveis em função do equilíbrio fiscal herdado. Caso contrário, jamais teriam sido sequer imaginados.
Tempo- O problema é que o tempo da política exige uma pressa que não encontra eco na realidade. Em abril, o governador Tião Viana terá que se desvincular do cargo como exige a legislação eleitoral.
Dos três grandes projetos, o Complexo de Piscicultura talvez tenha melhor condição de ser inaugurado por Viana. Mas, isso é uma hipótese. Os outros dois, dificilmente. Ano passado, o governador havia anunciado que entregaria três mil casas da Cidade do Povo até dezembro. Não entregou.
O escândalo da Operação G7, da Polícia Federal, atrasou o cronograma. Agora, o novo prazo anunciado pelo governador é fevereiro de 2014. Antes de se desvincular do cargo, Viana quer sair na foto de um projeto orçado em R$ 1,1 bilhão que traz a sua digital. É natural da política.
Mais um- A pavimentação da BR-364 precisa de pelo menos mais um bom verão para que as obras sejam concluídas com o mínimo de responsabilidade. Sem contar o fato de que o sonho da integração rodoviária do Acre é um projeto que tem muitas mãos. As de Tião Viana são apenas mais uma delas.
Petróleo- Ainda para 2014 existe a velha pauta do petróleo: para a Petrobras, o Acre já esteve na agenda da empresa desde os anos quarenta. Voltou à baila nos anos setenta e agora está de volta agora, prometendo a redenção econômica, para desapontamento dos que defendem alternativas energéticas.
Popularidade traz segurança
Embalado pela pesquisa Ibope/CNI que o coloca entre os três governadores do país com maior aprovação (70%), Tião Viana deixa o cargo em abril certo de que inaugura os três grandes projetos neste ano ou no próximo.
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Nature bike testa primeira importação de bicicletas elétricas via Pacífico
O itinerário via Interoceânica diminui pela terça parte o tempo de transporte das bikes, comparado aos portos de Manaus. É a primeira importação direta da China com linha de montagem planejada para ocorrer em Rio Branco
(Foto: Cedida)
ITAAN ARRUDA
Há aproximadamente dois anos no mercado, a Nature Bike constatou: as bicicletas elétricas foram aceitas pelo consumidor acreano. O empresário Márcio Rebouças antecipou a meta de montar as bikes no Acre com objetivo de vender para todo país. E a importação pelo Peru/Estrada do Pacífico já aponta atrativos na diminuição de custos, comparado à comercialização via Manaus.
“Importando as bikes por Manaus a mercadoria demora cerca de 90 dias e vindo pelo Peru o tempo se reduz para trinta e cinco dias”, compara Rebouças. “E, como se sabe, mercadoria no mar é dinheiro parado”.
A decisão de manter por dois anos a importação via Manaus se fundamentou em um know how e em uma rotina de importação que o Amazonas já tem há muito tempo. “Manaus hoje recebe cinco mil containers por mês e essa dinâmica destrava muito rapidamente o produto quando chega no porto”, constata o empresário. “Estou testando agora em 2014, importando seis containers via Callao”.
Callao está situada na região metropolitana de Lima e possui um dos portos mais estruturados do Peru. Os containers utilizados para importação das peças das bicicletas elétricas são os maiores existentes na atualidade: high cubic (com 40 pés). “É a primeira importação da China diretamente para o Acre”, alegra-se.
O primeiro container chega dia 12 de janeiro. Dia 17 chegam mais dois e os três últimos chegam dia 29 de janeiro. Esse carregamento da Nature Bike está avaliado em US$ 480 mil (agregando os impostos, alcança algo em torno de R$ 2,2 milhões). “Nós já vínhamos planejando há dois anos em fazer a montadora aqui no Acre e agora, chegou o momento”, sentencia Rebouças.
O planejamento empresarial define que em dezembro deste ano será inaugurada uma unidade produtiva da Nature Bike no Novo Distrito Industrial. Orçada em R$ 10 milhões e com capacidade de montagem de 10 mil unidades por mês, a linha de montagem. Provisoriamente, a montagem das bicicletas ocorre na avenida Nações Unidas ao lado da atual sede da NET.
Dois engenheiros chineses orientam linha de montagem em Rio Branco
No fim de janeiro, junto com o carregamento de peças, chegam dois engenheiros da Beling Vehicle Eletric, empresa chinesa com sede em Xizeng. Inicialmente, a linha de montagem vai empregar diretamente 40 pessoas. Mas, a unidade do Novo Distrito Industrial terá capacidade de absorver mão de obra de 180 trabalhadores.
Um tradutor já foi contratado para viabilizar a comunicação entre os engenheiros e os trabalhadores.
Banco do Brasil deve viabilizar consórcio
As negociações com o Banco do Brasil para viabilizar o Consórcio Nature Bike estão, segundo o empresário, em fase de conclusão. A ideia é fazer um consórcio com prazo máximo de 36 meses com parcelas a partir de R$ 80. “A ideia é fazer com que o cliente participe de um consórcio nacional. Não precisa fechar um grupo aqui do Acre”, antecipa Rebouças.
Custo de uma bicicleta elétrica
*O custo da bicicleta elétrica é de R$ 10 a R$ 15 por mês
*O ciclista percorre 1,5 mil quilômetros com carga relativa a esse valor.
*O custo do quilômetro da uma bicicleta elétrica é menos de R$ 0,01.