Prédios abandonados pertencentes à União são os maiores refúgios em Rio Branco de moradores de rua que usam os locais para consumo de droga. Mas antes de ocuparem os imóveis eles levam tudo que podem. Em todos os prédios a fiação elétrica é arrancada e os poucos móveis são levados e trocados por pedras de crack.
O maior exemplo é o prédio que fica na Rua Floriano Peixoto, atrás da Apadeq, uma entidade que trabalha da recuperação de viciados em drogas e álcool. O local já foi uma escola de música. Atualmente sobrou destruição e sujeira, um problema que vem se arrastando há mais de quatro anos.
Logo na entrada do prédio nossa equipe se deparou com um homem deitado no chão, tinha acabado de consumir uma pedra de crack. Por coincidência, ao mesmo tempo, em outra sala, o diretor da Apadeq, Antônio Balica, fazia uma vistoria no prédio. A Apadeq está pedindo o imóvel, quer fazer um local de cursos e trabalhos para que os internos possam ter profissão e renda.
Mas conseguir o imóvel não é fácil. A burocracia da Superintendência do Patrimônio Público do Governo Federal exige uma série de documentos para repassar o prédio que pertence à União. O superintendente em exercício, Vinícius Alves, disse que já existe um pedido da Secretaria de Saúde Indígena, assim que eles apresentarem os documentos o prédio será repassado. Outro exemplo é o prédio do Conselho Tutelar, que mudou de sede e agora é o ponto para usuários de droga.
Na mesma rua está abandonado o prédio do antigo centro de referência a assistência social, que estava cedido á prefeitura. Os moradores de rua estão entrando pelo telhado e destruindo tudo.
A coincidência é que todos esses imóveis pertencem ao Governo Federal. Segundo a superintendência do patrimônio, em Rio Branco existem 25 prédios da União, mas apenas esses três estão desocupados. Mas, logo todos serão recuperados e virarão sedes de alguma entidade. Na antiga sede do Conselho Tutelar, por exemplo, vai ficar a fundação Garibaldi Brasil.
Enquanto não aparece um órgão público que assuma o prédio abandonado, os moradores de rua vão fazendo do local um ambiente perfeito para o uso de drogas e até de furtos.
Como é o caso da antiga sede da Polícia Federal. Depois que a parte elétrica e alguns móveis foram levados, o Estado, responsável pelo imóvel decidiu vedar as portas. (L.C./ Foto: cedida)