O secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Nílson Mourão, comentou que o governo brasileiro deve olhar a questão dos imigrantes haitianos com ‘mais dignidade’. O secretário, que chegou a sugerir, no começo do mês, o fechamento provisório da fronteira do Acre com o Peru, disse que o Estado está em uma situação ‘difícil’.
“É uma ação extremante complexa que precisa, eu não diria resolvida, mas pelo menos encaminhada com mais dignidade. Nós estamos em situação difícil”, ressaltou Mourão.
Em tom de descontentamento com a decisão da presidenta Dilma Rousseff, em manter as fronteiras abertas, o secretário acrescentou que o Brasil precisa cumprir com os acordos celebrados com o Governo do Estado, no sentido de garantir o deslocamento desses imigrantes para outras regiões do país e de modo legal.
“Eles não vem para ficar no Acre. O Governo Federal sacramentou que a fronteira deve permanecer aberta. Se ela está aberta, os imigrantes vão entrar, se eles vão entrar, é necessária uma maior organização e melhores condições de ingressos deles aqui”.
Nílson Mourão pontuou os esforços realizados por Tião Viana (PT) para manter a situação em limites sustentáveis. Disse que o Governo do Estado enviou para outros estados uma média de 500 haitianos além de outro número ter sido contratado pela iniciativa privada. Mas, ele destaca que, o número de haitianos que cruzaram a fronteira foi quase o mesmo que o governo acreano conseguiu enviar ao seu destino final, ou seja, uma média de 480.
Atualmente encontram-se alojados uma média de 920 imigrantes, em Brasiléia. A perspectiva é que esse número aumente com a liberação de mais vistos pelo Ministério das Relações Exteriores, como anunciou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em visita ao Acre na última semana.
Na oportunidade, o ministro disse que um pacto de cooperação está sendo elaborado para que possa colaborar com o governo estadual no sentido de viabilizar a legalização desses refugiados.