Isolados via terrestre do resto do país, em consequência da cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia, que inundou trechos da BR-364, os acreanos tem vivido situações atípicas nos últimos dias. Durante a madrugada desta quinta-feira (27), a professora Denise Amorim teve a gasolina do seu carro furtada. A mangueira do veículo foi cortada e o tanque furado para a retirada de 4 litros de combustível que restavam. O fato ocorreu no bairro Manoel Julião, em Rio Branco.
Ao acordar para ir trabalhar, Denise se deparou com uma quantidade de gasolina no chão da rua e também com arranhões no seu carro. Mesmo indignada com o fato, a professora chamou um mototáxi para poder chegar à escola onda dá aula. “Estou arrasada e com muita raiva, trabalho o dia todo dando aula e quando amanhece percebo que minha gasolina foi roubada! Os transtornos são muitos, eles furaram o tanque de gasolina e vamos ter que mudar tudo. Vou perder trabalho a tarde toda por conta disso. Já chorei muito”, desabafa.
O pai de Denise, o servidor federal Raulino Amorim explica que o carro estava estacionado próximo ao apartamento da sua filha. “Cortaram a mangueira e desconectaram a bomba, deve ter derramado até eles conseguirem tirar. É perigoso até causar incêndio ou algo assim. Estou a procura do meu mecânico para fazer a correção e levar gasolina”, diz.
Mesmo sendo o segundo caso de furto de combustível na família, Raulino não procurou a polícia. “É a segunda vez que acontece com a gente. Meu neto foi para a faculdade e quando chegou sentiu o cheiro de gasolina muito forte, tinham tirado do tanque. A moto estava encostada, agora o carro. Imagina o que não deve estar acontecendo e a gente não sabe”, questiona.
O medo maior, segundo o servidor, é que esse furto e a gasolina derramada gerasse um acidente. “Eles fazem isso, mas você não pode adivinhar a maldade da pessoa. O cara ainda ficou com raiva porque tinha pouca gasolina e arranhou o carro. Imagina!”.
A família tem pistas e diz que dois suspeitos estavam em uma moto próximos ao local onde tudo aconteceu. O que mais causa revolta, segundo a professora, é o fato do bloco de seu apartamento ficar em um local movimentado, onde funcionava a antiga Delegacia de Flagrantes. “Estou me sentindo uma fracassada, porque trabalho o dia todo para ter as minhas coisas e acontece isso. Aqui funcionava uma delegacia. Um absurdo isso”, lamenta Denise.
Há três dias os postos de combustíveis de Rio Branco tem sido cenários de filas quilométricas e tumultos. Balsas com cmbustíveis estão chegando, mas o abastecimento não foi normalizado. De acordo com o governo do estado, está prevista para este sábado (29) a chegada de outra balsa com 2,4 milhões de litros de gasolina.