Espera-se que essa troca de acusações entre o Governo do Acre e de São Paulo em torno da imigração dos haitianos tenha servido para chamar a atenção das autoridades deste país e da opinião pública nacional para um problema que vem se arrastando há mais três anos e vem sendo ignorado ou camuflado.
Até porque, mesmo depois da decisão do Governo do Acre em desativar o abrigo em Brasiléia, eles continuam chegando, porque a questão não está sendo tratada como deveria pelos governos dos diversos países envolvidos e por organismos internacionais.
Como já foi denunciado, trata-se de uma questão grave, envolvendo verdadeiro tráfico humano com requintes de crueldade e, em muitos casos, de selvageria. O que se pergunta é como organizações como a OEA e a própria ONU têm solenemente ignorado o problema, sem fazer qualquer tipo de intervenção.
O mesmo vale para o Congresso brasileiro que, com uma ou outra exceção de algum parlamentar, tem também se mantido omisso na discussão de um problema que não é só do Acre. Quem sabe agora que eles causaram incômodo às “elites paulistas”, como disse o governador Tião Viana, a questão seja tratada com mais responsabilidade.