Depois de quase 2 meses subindo, o Rio Madeira enfim está com sinais claros de vazante. No domingo passado, dia 30 de março, o principal rio de Rondônia marcava 19,74 metros nas auferições da Agência Nacional das Águas (ANA) e da Marinha. Na tarde de ontem (5), o Madeira já estava com 20 centímetros a menos, apontando 19,54m na régua da ANA.
Até o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) mudou de previsões sobre o rio. No começo da semana, o Centro Gestor Operacional do Sipam havia informado que o Madeira ainda estava recebendo chuvas nos rios da sua cabeceira. Por isso, ao longo da semana, ele poderia atingir a marca dos 19,80m. Era verdade. O rio rondoniense realmente ainda estava ganhando água nos rios Beni/ Madre de Dios, Mamoré e Guaporé. Só que ele não estava mais sendo represado.
De modo mais claro, o Madeira ‘ganhou água’ de um lado, só que começou a se dispersar em outros rios vizinhos, do outro lado. E a perda está sendo maior, o que mostra a vazante do rio.
Com isso, o Sipam estima agora que o rio vai seguir com vazantes em um ritmo lento, devido a precipitações ainda volumosas que devem ocorrer ao longo deste mês. Estas chuvas podem interferir na descida do rio e provocar leves subidas, pelo repiquete de água das cabeceiras. No entanto, o serviço acredita que, no geral, o rio deve seguir perdendo medidas.
O Rio Madeira começou a dar os primeiros sinais de cheia em dezembro. Em janeiro, ele subiu repentinamente. Foram 2,38 metros de água a mais no rio. Em fevereiro, o Madeira 3,15m. Em março, ele estancou o seu volume, e ainda subiu mais 1,08m. Ao todo, no 1º trimestre do ano ele subiu 6,61metros, atingindo 25 mil pessoas em RO e cobrindo a única via de ligação terrestre do Acre com o Brasil, a BR-364. Ao todo, a bacia do Madeira tem mais de 1 milhão de km². (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)