Anuncia-se para amanhã uma paralisação ou greve geral de todas as polícias em todo o país. Nada a opor à livre manifestação, é um direito garantido pela Constituição e, talvez, uma ação até necessária para chamar a atenção das autoridades e da sociedade sobre o pouco de recursos humanos e técnicos que ainda se investe no setor da segurança pública neste país.
Contudo, é conveniente lembrar que este tipo de manifestação tem lá seus limites, considerando que se trata de um serviço essencial que precisa ser assegurado à sociedade. Ou seja, as forças policiais não podem simplesmente cruzar os braços deixando a sociedade refém da criminalidade.
O que se viu, recentemente, em alguns estados, como em Pernam-buco, na semana passada, com a paralisação da polícia não se pode aceitar de modo algum. Literalmente, a sociedade ficou exposta à sanha de marginais e saqueadores.
Vale lembrar e insistir que neste país vigora o Estado Democrático de Direito que impõe direitos e deveres, que devem ser respeitados de conformidade com o que estabelece a Constituição. Qualquer manifestação que ultrapassar esses limites perde sua legitimidade e, com certeza, não terá o respaldo da sociedade.