A atitude deste promotor de Feijó, Fernando Reges, em instaurar inquérito civil público contra as instituições que deveriam fiscalizar o cuidado com o trato de animais no município é louvável. Digna de virar um modelo de atuação para muitos agentes do nosso sistema judicial.
Animais são seres vivos. Muitos deles têm vida curta. Por isso, merecem ser tratados bem. Mas não é isso que se vê por aí. E não é só no interior. Basta andar pelas vilas rurais e até bairros mais afastados das áreas urbanas de Rio Branco para ver pessoas judiando de bois, burros e vacas. E não para por aí. A maldade gratuita se estende a cachorros, gatos e aves.
A Lei realmente não pode deixar pessoas explorarem animais e lhes causarem sofrimento. Não se trata de cuidar dos bichos como se eles fossem reis. Mas sim usá-los sem abusos e depois lhes propiciar um meio de vida com dignidade, com comida, água e local para ser livre e dormir.
Um boi pode virar carne. É o ciclo natural da vida. Mas não há necessidade de humilhá-lo, abusá-lo e fazê-lo sofrer para isso.
É da cultura do acreano sujeitar bichos a maus-tratos, puxando carroças e charretes, e lhes dando outros trabalhos mais pesados. Mas a cultura não sobrepõe a humanidade. E maltratar os bichos, seres vivos, a gente aprende desde a escola que é desumano.