O acreano é um povo com raízes indígenas fortes, mas parece que às vezes se esquece de valorizar os melhores traços das suas culturas nativas. Em muitas tribos, os mais velhos se tornam sábios xamãs. Figuras altamente respeitadas por toda a sua sabedoria e experiência de vida.
Só que, dentro da sociedade acreana, muitas vezes os idosos não têm o seu devido valor. O caso destes dois idosos doentes (portadores do Mal de Alzheimer, e já em estado avançado, no caso deles) que foram encontrados à míngua em um canto isolado de uma chácara no começo da Estrada para Porto Acre.
A situação é emblemática e retrata o descuido extremo que muitos de nós temos para com os nossos senhores de mais idade. É só ver a revolta que muitas vezes se forma em locais com filas quando um idoso passa, e com toda razão, na frente dos outros para ser atendido. Ou ainda ver o número deles abandonados aos cuidados do Lar dos Vicentinos ou do parente mais solidário (às vezes até um familiar bem distante). Tudo isso está errado.
O Acre é um Estado jovem. Mas, que se pensa em crescer, precisa cuidar melhor de seus idosos. Um dia todos teremos os fios brancos da vida experiente e vamos querer os cuidados e a atenção que nos negamos a dar a quem já viveu bem mais do que nós.