As vezes parece que conseguimos nos livrar de certas dificuldades que assolam nossa cidade. Os transtornos do presente são superados e esquecidos. Trocam de lugar na mídia por outras mazelas que se tornam a modinha do problema da vez. Só que aí vem o tempo e nos recorda que os erros do passado não podem ficar enterrados. Devemos sofrer com eles de novo.
A questão das queimadas é um destes problemas cíclicos. Quando achamos que elas viraram uma mancha negra no nosso Acre, daí vem à danada da estiagem e nos faz lembrar que não superamos este mal. E, pior, que mais uma vez vamos ter que lidar com suas consequências.
Parece até um câncer na trajetória de um Estado que sonha em ser exemplo de conduta sócio-ambiental, mas os velhos incêndios urbanos e rurais estão aí. O poder público combate, repreende. Incentiva alternativas para substituir o uso do fogo. O queimador até para por um tempo. Finge que está arrependido, mas no ano que vem recomeça tudo de novo.
É só ver o céu para saber que o problema persiste. E, assim como a sua insistência em assolar nosso Estado, nosso enfrentamento a ele deve ser constante. Preventivo e interminável. Dito isso, fica a ressalva que o engajamento não deve ser só do poder público. É dever da população também zelar pela nossa cidade. Denunciem. Não deixem grandes queimadas acontecerem.