Quando se começa uma discussão sobre o valor da vida humana, logo todos começam a dizer que não há dinheiro no mundo que pague a saúde de uma pessoa. No discurso é bonito. Mas quando entra a parte prática da coisa, com números e tudo mais, aí o negócio complica. O que era simples se torna um assunto complexo. Polêmico. Cheio de temas e subtemas.
Não deveria.
Uma vida deve valer mais do que tudo. A ocasião deste assunto se dá pela chegada no mercado deste novo e promissor tratamento para a ‘cura’ (isso mesmo, leitor, C-U-R-A, e não negativação) do tipo mais comum da hepatite C (o tal do genótipo 1). O tratamento, na sua fase de testes, é bem mais curto, totalmente feito por via oral e não usa o degradante interferon.
A empresa que produzirá este novo remédio se chama AbbaVie e ela está pedindo aprovação junto à Anvisa para comercializar este novo método. Ele é bem mais caro do que o tratamento utilizado hoje em dia, o com o uso do interferon. Bem mais caro mesmo. Só que aí é que entra a questão: quanto vale a vida de quem sofre da doença?
A resposta é relativa. Mas certamente para a família do doente, que também paga altos impostos e contribui para a ordem social do país, espera um atendimento de saúde salvador. E, acima de tudo, eficiente. Portanto, será que não vale a pena investir neste tratamento? Se ele for parte do que seus estudos apontam, sem dúvida muita gente daria tudo pela cura.