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Fogo, velho fogo

É sempre a mesma história. Chega o final de agosto, começo de setembro e o Acre parece um cenário de filme depressivo. Um monte de casas de madeira (e até algumas de alvenaria) pega fogo. Famílias perdem tudo. Incêndios saem de controle. O ar fica seco. Os dias são tomados por um calor infernal. O majestoso Rio Acre se transforma em um ‘fiapo’. Abastecimento de água fica racionado, ‘quase’ comprometido.


Os fenômenos dos meses intensos do chamado ‘verão amazônico’ são sempre parecidos, mas com a alter-nância de um grau maior ou menor de intensidade. A diferença é só as consequências que deixamos que eles ganhem no nosso dia a dia.

São, sim, nossos atos que transformam o clima neste rastro de pólvora que vivemos nestes dias de estiagem. Tentamos jogar a culpa no tempo. Dizer que é ele que transforma uma labareda pequena em um grande fogaréu. Mas a verdade é que o tempo é um reflexo da nossa boa ou má convivência com a natureza. Um efeito que parte das causas que nós provocamos.

O tempo não vai mudar nesta estação do ano só porque não é favorável aquela velha e estúpida prática nossa de queimar terrenos para ‘limpá-los’, ou coisas afins. Ele só vai piorar, ano após ano. O dever de mudar é nosso. De se adaptar a estes novos fatores climáticos.
A população do Acre precisa entender que usar fogo é coisa dos nossos ancestrais. De homens primitivos. Com outras alternativas, podemos ter os mesmos resultados.

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