E mais uma vez o presidente da Bolívia, Evo Morales, conseguiu votação expressiva para se eleger ao seu terceiro mandato consecutivo. A reeleição do indígena, nascido num pequeno povoado mineiro de Oruro, nos altiplanos bolivianos, representa para muitos brasileiros que dependem dos cursos de medicina mais em conta – e para os próprios bolivianos que moram na região amazônica – a continuidade da estagnação econômica e social da nação mais pobre da América Latina.
Em que pesem os esforços do seu governo, de punir e acabar com as extorsões a turistas brasileiros por policiais e autoridades aduaneiras corruptas, o país continuará sendo uma incógnita para os brasileiros, sobretudo, nós acreanos, tão acostumados a comprar nas suas zonas francas e serem destratados quando assim decidem fazer.
O mote de campanha bolivariano de Evo, algo semelhante ao que fizera o venezuelano Hugo Chavez em vida, era o de que “agora ser autoridade não é para ganhar dinheiro, não é benefício nem negócio; ser autoridade é mais compromisso, esforço e sacrifício para o povo boliviano”.
Conseguiu. Acertou no alvo. As declarações convenceram os cidadãos indecisos e, principalmente, os analfabetos.
Mas para nós brasileiros, foi mais uma certeza de que a Bolívia continuará uma terra segundo a qual se deve caminhar como se estivéssemos ‘pisando em ovos’.