Depois de uma campanha acirrada, a presidente Dilma Rousseff (PT) conquistou, neste domingo, 26, a vitória na disputa pela Presidência da República. A reeleição de Dilma se confirmou com 99,9% das urnas apuradas, quando a presidenciável apresentava 51,63% dos votos válidos e seu adversário, Aécio Neves (PSDB), 48,37%.
Com a vitória, a petista continua seu mandato por mais quatro anos à frente do Brasil, num total de 16 anos do partido no poder, a serem completados em 2018. O Partido dos Trabalhadores entra em seu quarto mandato consecutivo à frente do mais alto cargo executivo do país. O número é inédito. Nenhum partido ficou tanto tempo no comando do Brasil.
Os primeiros oito anos foram de Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2009 alçou a sua então ministra da Casa Civil candidata a presidente. E assim ela conquistou o seu primeiro mandato.
Com quase 100% urnas apuradas, a presidente reeleita já havia conseguido mais de 54 milhões de votos e Aécio, pouco mais de 51 milhões.
No primeiro turno, a presidente obteve 41,6% dos votos válidos, o que equivale 43,268 milhões de votos e Aécio 33,5%, o que representa 34,897 milhões de votos. Este resultado levou a disputa para o segundo turno.
Logo que a campanha do segundo turno foi iniciada, Dilma aparecia atrás de Aécio nas pesquisas de intenção de voto. No início da semana passada, a petista reverteu o quadro e passou a figurar na frente do tucano. Com a vitória deste domingo, Dilma se torna a primeira presidente mulher reeleita da história do Brasil.
Após a confirmação de sua vitória, a presidente, em pronunciamento, agradeceu aos eleitores pela confiança para mais um mandato e citou, ainda, o nome do ex-presidente Lula. Dilma diz não acreditar que as eleições deste ano dividiram o Brasil, mas que mostraram a população ‘movida por um sentimento em comum: a busca por um futuro melhor para o país’.
A presidente reeleita também se mostrou aberta a conversas: “Esta presidenta aqui está disposta ao diálogo. E é este o compromisso do meu segundo mandato: o diálogo”.
Biografia
Antes de ser eleita presidente, Dilma nunca havia concorrido a um cargo público, mas participou de diversos governos.
Sua militância política se intensificou na luta contra a ditadura. Com o golpe militar em 1964, passou a integrar organizações de combate ao regime.
Em 1970, perseguida pelo comando militar do país, Dilma Rousseff foi detida. Passou três anos no presídio Tiradentes e, quando foi solta, reorganizou sua vida em Porto Alegre. Em 1979, Dilma participou da campanha pela Anistia e ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT), junto com Leonel Brizolla.
Economista, Seu primeiro cargo público foi o de secretária de Fazenda de Porto Alegre, durante a prefeitura de Alceu Collares, a partir de 1986. Cinco anos depois, assumiu a presidência da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul.
Com Collares eleito governador do Rio Grande do Sul, Dilma tornou-se, em 1993, secretária de Energia, minas e Comunicação no Estado. Ela voltaria a ocupar o mesmo cargo com Olívio Dutra no governo, em 1998.
Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores em 2001. Quando Lula foi eleito em 2002, convidou Dilma Rousseff para fazer parte da equipe de transição com o governo de Fernando Henrique. Com a posse do petista, Dilma assumiu a pasta de Minas e Energia daquele governo.