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Só se for por opção

Passou o Natal e o Rio Acre subiu. Dois dias, dois metros. Foi repentino, como só o ‘Majestoso’ sabe ser. E começa de novo a ecoar os assombros daquele velho fantasma da alagação. Mais um ano, mais alguns dramas sociais.

Só que, a partir deste ano, começa a se desenhar uma mudança neste panorama dos alagados de Rio Branco. O governo começou a mudar famílias que estavam em áreas de risco e levá-las para a Cidade do Povo. Lá, elas estão longe de serem assombradas pela cheia do Rio Acre.

Já são mais de mil famílias (algo em torno de 4 mil pessoas) instaladas no maior programa de habitação do Estado. As áreas de terra às margens do rio onde antes elas moravam estão sendo demolidas e interditadas. Vão ser preservadas para a sua missão original/natural: entornar o rio.

Só que as pessoas têm uma grave tendência instintiva de perturbar quem está quieto.

O que leva a crer que estas áreas despovoadas no futuro podem correr o risco de acabar com gente invadindo elas de novo. Não pode. O poder público deve abrir o olho e a população deve ter ciência de que voltar a morar na beira do rio é pedir para ser invadido por ele, todos os anos. E o dano disso não será só pessoal. As consequências da Mãe Natureza não param apenas em quem a agride. Todos sofrem.

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