O vice-presidente do Senado da República, Jorge Viana (PT- AC) afirmou, durante entrevista coletiva realizada na manhã de segunda-feira, 09, que a sua permanência no cargo, no próximo biênio, traz um peso político importante para o Acre.
Segundo ele, a função será mais uma ferramenta para trazer benefícios ao Estado. “O cargo tem um peso importante para um Estado como o nosso. Portanto, acredito que isto é mais um instrumento que pode ser usado para trazer benefícios para o Acre, uma oportunidade para fazer com que o mandato seja colocado a serviço do povo”, disse.
O senador falou ainda sobre os movimentos que pedem o impeachment da Presidente Dilma Rousseff (PT). O parlamentar acredita que é hora de focar apenas no desenvolvimento do país.
“Os embates políticos deveriam ficar em segundo plano. É inadequado há poucos mais de três meses, falar em impeachment da presidente. Crise é natural em governos, é normal. Na época que FHC chegou ao segundo mandato, à situação era pior”.
Jorge Viana ressalta a necessidade de descer do palanque e trabalhar em busca do melhor para o país. “Precisamos virar a página da eleição, impeachment é levar a disputa eleitoral para um terceiro turno. Sou a favor de um entendimento com a oposição para que possamos trabalhar juntos em favor do País”.
Quanto ao pedido de instalação de CPI, por parte da oposição, tanto na Câmara Federal quanto Senado da República, Viana afirma ser uma atitude precipitada, haja vista que a PF, o MPF e a Justiça já realizam investigações.
“A CPI é um instrumento muito importante, mas que está sendo vulgarizado. Se usarem apenas para fazer espetáculo irá desgastar este importante instrumento. Do que adianta solicitar uma investigação se nem mesmo os parlamentares tem acesso a essa lista”, pontuou.
Ele frisa que senda a lista é suprapartidária, com políticos tanto da base de governo, quanto da oposição, quem hoje acusa, amanhã poderá a vir ser acusado. “Ninguém tem acesso aos documentos que estão sendo investigados pelos órgãos da justiça, portanto, quem hoje é o acusador, amanhã poderá ser o acusado”, disse o senador ao afirmar também que o MPF deverá apresentar nos próximos dias um posicionamento sobre o envolvimento de políticos na Operação Lava Jato.
Questionado quanto às mudanças nas concessões de benefícios sociais aos trabalhadores brasileiros, o senador a Presidente não deseja mexer em conquistas sociais do trabalhador, como é o caso do seguro desemprego, aposentadorias e outras conquistas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho.
“A situação, do ponto de vista econômico, não é tão ruim. A presidente não quer mexer em direitos sociais, mas estão sendo cometidos abusos. É preciso punir quem frauda o seguro desemprego”, falou.
O petista cita como exemplo o Seguro Defeso, assistência financeira temporária concedida ao pescador profissional. “Tem lugar onde nem rio existe e há pessoas recebendo seguro defeso. Coisas como estas são absurdas, sou contra que se tire direitos sociais, mas houve uma falha do governo que gasta R$ 40 bilhões pagando benefícios, quando cresce a geração de emprego”, acrescentou.
Por fim, o Senador afirmou que embora não em caráter oficial, mas tem ajudado numa espécie de interlocução mais direta entre a base do PT e a Presidente Dilma. “Esta semana recebi na minha casa o ministro chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante e outros deputados do PT. Estarei com o Lula em algumas dessas viagens que ele fará aos estados”, frisou.