A divulgação da lista dos supostos envolvidos na Operação Lava Jato, pelo Supremo Tribunal Federal, na última sexta-feira, 6, continua repercutindo no cenário político estadual e, principalmente, nacional.
O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT), comentou sobre assunto. Ele frisou que o país vive um momento de crise política, uma vez que diversos partidos foram citados nas denúncias.
Para ele, é preciso ter cautela, haja vista que o processo de investigação ainda não foi iniciado. “Eu acho que ninguém pode ser condenado ou colocado como alguém envolvido em desvios, se o processo que é garantido na Justiça não tiver ocorrido. Todos têm o amplo e irrestrito direito de defesa. Temos que ter cautela nesse momento”, frisou o senador.
Quanto à citação do nome do senador Gladson Cameli (PP) na lista divulgada pelo STF, Jorge Viana é categórico em afirmar que não fará nenhum pré-julgamento.
“No momento, o que ocorre são denúncias que ainda serão averiguadas. Portanto, não devemos fazer nenhum pré-julgamento do senador Gladson e de nenhum outro denunciado. O nome dele, junto com mais três dezenas do PP está sendo colocado lá, através de uma delação, isso não significa condenação”, falou.
Em relação às denúncias de participação de políticos do PT, Jorge Viana afirma que o partido deve dar exemplo.
“Não podemos simplesmente fechar os olhos para o problema. Se tiver alguém envolvido, nós temos que ser exemplar. Precisamos colocar na ordem do dia do partido, definitivamente, o combate a este abuso de poder econômico nas eleições, a entrada de empresas no processo eleitoral. Isso é muito ruim para o país e, principalmente, para democracia”, enfatizou Jorge.
O petista acredita que a sigla deve focar no resgate às bandeiras de luta contra os atos de corrupção no país.
“O PT tem a responsabilidade, mais do que os outros, de rever suas alianças, rever seus compromissos, de fazer um recomeço depois de 35 anos. Não a partir de ser dono da verdade, mas de repactuar compromissos que possam atrair a juventude de novo, e reaproximar aqueles que simpatizavam com o partido e se afastaram”, destacou.
Por fim, Jorge Viana pontuou que a atual crise política que assola o país só terá fim com o estabelecimento do diálogo entre os partidos da situação e oposição.
“Precisamos com urgência do estabelecimento de diálogo entre os líderes partidários, que possa nos trazer pacificação. Com esta guerra política que estamos vivendo, onde a eleição não tem fim, o país não cresce. Precisamos de um pacto onde se respeite quem venceu a eleição e quem venceu respeite quem perdeu”.