O caso do vereador Marcos Lima Verde (PMDB), suspeito de exploração sexual, foi tema de debate nesta semana na sessão da Câmara de Vereadores de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. De acordo com a Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania, o parlamentar municipal, mesmo sendo suspeito e afastado por crime sexual, ainda recebe salários tanto da Câmara, que chega a R$ 8.300 (bruto), como da Ufac, de R$ 4.412 (bruto), onde exercia a função de professor. Um pedido da cassação de Marcos foi aprovado por 7 a 2 e uma CPI foi instalada. Agora, a Casa terá 60 dias para apresentar uma solução.
A presidente da comissão dos Direitos Humanos e Cidadania, Iria Matos (PCdoB), alega que o colega responde processo criminal há 15 meses e continua recebendo seu salário como parlamentar e professor da Ufac. Ela acredita que a Casa vem sendo omissa no caso e que teme no futuro ser acusada de prevaricação.
“A Câmara vem passando por uma situação complicada, sendo omissa. Essa situação já deveria ter sido resolvida. Pagamos 15 vereadores e somos apenas 14. Acredito que podemos responder por isso no futuro. Minha intenção é que a Casa se posicione e tome uma decisão. Nosso plenário é soberano para decidir suas ações”, defende.
A Mesa Diretora justifica que mantém o pagamento do parlamentar em cumprimento a uma liminar concedida pela 1ª Vara Cível da Comarca de Cruzeiro do Sul, assinada pelo magistrado Erik da Fonseca Farhat, em que diz que a Lei Orgânica de Cruzeiro do Sul e o Regimento Interno da Casa não disciplinam a suspensão ou cancelamento de pagamento dos subsídios de vereador preso preventivamente.
Ao G1, a Ufac, por meio da assessoria, informou que só poderia tomar uma decisão após uma sentença no processo que o vereador responde.
Sobre a nova polêmica envolvendo o nome de Marcos, o advogado de defesa do vereador, Adilson Olimpio, informou que não se posicionaria sobre o caso. (Adelcimar Carvalho, do G1/AC)