A deputada Eliane Sinhasique escorregou em seu discurso na Aleac nesta quinta-feira. Após uma visita às unidades socioeducativas de Rio Branco, ela ficou surpresa com o número de adolescentes que já eram pais tão jovens. Isso a levou a fazer um dos comentários mais discutidos nas redes sociais ontem devido ao grau de preconceito: “Precisamos colocar o dedo na ferida. De alguma forma eles precisam parar de procriar”, declarou na tribuna.
E foi além. Sugeriu a vasectomia reversível aos adolescentes em conflito com a lei. Sinhasique acredita que os filhos desses jovens vão crescer e seguir os mesmos passos dos pais. Um pré-julgamento inadequado.
Tal opinião da deputada fez algumas pessoas se lembrar de regimes totalitários como o nazismo, onde judeus eram perseguidos e castrados à força.
Atualmente, um balanço realizado pelo próprio Instituto Socioeducativo do Acre revela que quase 100% dos jovens internados por alguma infração são pobres. Outra grande maioria é negra. Ou seja, vivem às margens de uma sociedade que não lhes oferece nada. Pelo contrário, ainda querem subtrair.
Ao invés de sugerir cirurgias como essa em plenária, por que não lutar por mais educação sexual nas escolas e nas famílias? É difícil, mas não impossível. O fato é que não se pode radicalizar e fazer da sociedade uma casinha de brinquedo. O povo quer propostas sérias e bem elaboradas. O povo merece isso.
