Por várias razões, as lideranças do movimento grevista dos professores devem, sincera e honestamente, avaliar a possibilidade de suspender a paralisação, que já dura mais de vinte dias, e voltar às salas de aula.
Um desses motivos é o de que em muitas escolas, tanto na Capital quanto no interior, os professores e alunos não aderiram à greve e a tendência é a de que o movimento se esvazie diante de sua ineficácia e, sobretudo, pelo fato de que tanto professores quanto os estudantes querem concluir o semestre para não serem prejudicados depois.
Outra razão é a de que ontem mesmo o próprio governador veio a público para declarar que não há recursos e nenhuma possibilidade de se conceder reajustes salariais este ano por causa da crise por que passa o país, os estados e municípios.
Ora, todos sabem – e os professores também – que essa crise é real, não é ficção, não importa neste momento discutir sobre culpados ou não. É uma realidade que as próprias lideranças das principais centrais sindicais do país reconhecem e apoiaram, de imediato, a medida provisória do Governo de redução da jornada de trabalho e salários, para preservar o emprego.
Por essas e outras razões, portanto, as lideranças do movimento devem avaliar o fim da greve, sem deméritos e sem ignorar o direito de suas reivindicações.