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Familiares do ex-prefeito assassinado relatam sobre violência no município

João Asfury tentou fazer alerta sobre a segurança. (Foto: Cedida)

Os familiares do ex-prefeito do município de Porto Acre, João Asfury, assassinado no último final de semana, estiveram presentes na Assembleia Legislativa do Acre, na manhã de terça-feira, 7. Asfury recebeu homenagem póstuma dos deputados estaduais.

Emocionado, Disonei Asfury, filho da vítima, comentou que, recentemente, o ex-prefeito havia encaminhado uma carta ao Governo do Estado relatando sobre uma possível deficiência na segurança pública do município. Segundo ele, o pai pedia que medidas fossem adotadas para resguardar a integridade física dos moradores de Porto Acre.

“Na carta, meu pai destacou ao governo que os moradores de Porto Acre viviam apavorados e que a cidade estaria cheia de usuários de drogas, traficantes. Ele morou os últimos dias dele comigo e ninguém imagina o tamanho da dor que estou sentindo agora. Meu pai sempre lutou por Porto Acre e defendia o fim da violência e é isso que queremos. Desejamos que esta violência gratuita tenha fim”, relatou.

O secretário de Habitação do Governo do Acre e ex-deputado, Jamyl Asfury, sobrinho do prefeito assassinado, salientou a participação do João Asfury no desenvolvimento do município. Ele lembrou as principais obras executadas pelo tio.

“Foi um grande homem e que deu uma grande contribuição para Porto Acre. Ele deixou sua marca nas principais obras realizadas naquela cidade, seja de pequeno ou grande porte. Ele amava aquela cidade. Lamentamos muito tudo isso”.

Vereador mostra carta de ex-prefeito ao governador
Utilizando a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco, o vereador Rabelo Góes, sem partido, usou o pequeno expediente desta terça-feira, 7, para relatar uma carta deixada pelo ex-prefeito, João Asfury, destinada ao governador Tião Viana.

O parlamentar leu trechos da carta deixada pelo ex-prefeito, que foi entregue pelo filho de João. Na carta escrita à mão, o autor pedia ajuda ao governador do Estado, pois o município se encontrava esquecido.

“… moradores de Porto Acre vivem apavorados. São tantos roubos, furtos e drogas à luz do dia. A cidade está cheia de vendedores de drogas. Procurei o Dr. Bayma, delegado de polícia, que me passou a realidade da segurança pública. Os policiais dessa delegacia foram todos aposentados por serviço. O único policial é o próprio delegado e um policial militar que serve de escrivão…”, descreveu João.

Rabelo disse que vai encaminhar uma cópia da carta para o gabinete do governador e pedir alguma ajuda para aquele município, como uma forma de auxiliar na última vontade do ex-prefeito.

“A família ficou de pedir aos deputados que sensibilizem o governador, em busca de ajuda para Porto Acre. Como eles também me procuraram, vou encaminhar uma cópia pela Câmara Municipal. Essa é uma forma de tentar atender um último desejo do nosso amigo João Asfury”, ressaltou Rabelo. (Victor Augusto / Agência Ideia)

A Gazeta do Acre: