O projeto Quebras chega a Rio Branco nesta, quinta-feira, 30, para fechar a turnê que já passou por 14 cidades pelo país. O projeto foi selecionado pelo programa Rumos Itaú Cultural 2013-2014. A primeira etapa do projeto, será realizada de 15h à 17h30, nesta quinta e sexta-feira, na Biblioteca Pública. Lá os artistas e escritores acreanos serão recebidos para uma troca de aprendizado, energias e palavras. Para participar da experiência basta se inscrever pelo e-mail [email protected]. São oferecidas 20 vagas.
Ao fim da oficina, no dia 1°, às 19h, escritor Marcelino Freire convida o público a se juntar ao sarau de encerramento e apreciar o que foi criado durante os dois dias anteriores. “As pessoas também podem ficar à vontade para soltar o verbo”, lembra o escritor. A diversão será no Cine Clube Opiniões.
O objetivo do projeto é unir e estreitar laços, de compreender os movimentos artísticos que existem longe de grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, quebrar distâncias e fronteiras, confirma Marcelino.
“Cada cidade traz uma emoção especial, uma experiência nova. É misturar, se irmanar e ver no que dá. Sempre dá certo, muito além do que possamos imaginar”, afirma Freire.
A aventura geográfica e cultural pelo país pode ser acompanhada pelo site www.quebras.com.br e, ainda neste ano, pelo livro que será lançado como resultado desses encontros e vivências. Serão as memórias impressas unidas a textos de um apanhado de autores que a dupla conheceu pela estrada.
Uma celebração à literatura brasileira. De canto a canto. Um gesto de amor à arte que está presente e pulsante por toda parte, como descreve Freire. “Sou outro artista a partir do contato com cada cidade, meus parágrafos não serão mais os mesmos”, afirma. “Meu ouvido mudou, meu coração se abriu mais, meu olhar ganhou outros horizontes”.
A oficina
Ela segue o mesmo padrão das anteriores, apesar de, segundo Freire, cada uma ganhar uma dinâmica diferente, comandada por cada participante. “Por meio de exercícios e leitura, discutimos a concisão na literatura, como enxugar um texto, trabalhar uma narrativa, organizar um livro de contos, um livro de poesias, entre outras coisas”, explica. O encontro é aberto a todos os gêneros literários e pulsações.
“A oficina é aquilo que chego oferecendo, trocando com cada cidade”, conta Marcelino. “Lá, a gente faz amigos, acentua afinidades, provoca reflexões e é provocado. É só um comecinho de conversa, uma ponta de uma vasta estrada”, continua para, como bom escritor, concluir: “A partir dali, vou pegando esquinas, picadas, outros movimentos em volta. Irei a saraus, festas, o que eu sentir a cada deslumbramento, descoberta”.
Rumos 2013-2014
Com 18 anos de estrada, o Rumos Itaú Cultural é o principal programa de apoio à produção cultural do Brasil e uma das mais longevas plataformas de incentivo do país. Entrou no ano passado consolidando uma nova fase do seu ciclo de renovação anunciado em 2013 quando abandou o formato tradicional de patrocínio praticado no país – baseado em regras definidas pela instituição e limitação a áreas de expressão estanques – para apostar em um modelo aberto em que artistas, produtores e pesquisadores definem as regras do jogo com o patrocinador, tem agora sua primeira leva de contemplados.
Este formato trouxe novos ares e maior abrangência ao programa. Além de patrocinar projetos tradicionais, que resultarão em uma obra a ser exposta ao público, como ocorria nos editais anteriores, o Rumos ganhou nova dimensão e tem entre os selecionados uma extensa e variada gama de experimentos e iniciativas que incluem pesquisa, organização de residências e seminários, circulação de repertório, documentação, desenvolvimento de plataformas e softwares, entre outras propostas.
Depois de um profundo processo de análise, a comissão multidisciplinar de 19 nomes emblemáticos da cena cultural brasileira, constituída pelo Instituto para se debruçar sobre a revitalização do programa e a análise de 15.120 projetos inscritos no edital de 2013, chegou à lista de 104 trabalhos que irão receber apoio do Instituto.