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ARTIGO: Difusora Acreana: um clarão na floresta

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
26/08/2015 - 16:01
ARTIGO: Difusora Acreana: um clarão na floresta
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Há 71 anos, no dia 25 de agosto de 1944, em plena Segunda Guerra Mundial, as ondas ZYD-9 da Rádio Difusora Acreana começaram a cobrir as matas da Amazônia com um clarão de civilização, tão surpreendente que as milhares de famílias de seringueiros e seringalistas entranhadas na floresta nem poderiam imaginá-lo. A partir daquela data, porém, as notícias da guerra, dos parentes distantes, dos negócios internacionais da borracha e tanta coisa mais – passaram a chegar aos remotos lugares por meio de vozes limpas, atraentes, seguidas de música, avisos do governo, anúncios de produtos, tudo saindo de uma caixinha mágica – o rádio -, com imediatismo milagroso.

Aquelas vozes tinham nomes que logo se tornariam reconhecidos e amados: Cícero Moreira, Índio do Brasil, Alfredo Mubarac, Maria Júlia Soares, Mota de Oliveira, Natal de Brito… Esses devotados locutores, operadores e artistas de “A Voz das Selvas”, como aqueles que hoje seguem seu exemplo, operavam e operam o milagre de colocar um mundo vasto, até então inaudível, ao alcance da mão (ou do ouvido) dos isolados. E o Acre se tornaria cada vez melhor, conectado com a novidade.

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Naquele período, a borracha produzida na Malásia (por conta da pirataria inglesa que levou sementes da Amazônia) dominava o mercado mundial e tinha caído nas mãos dos japoneses, aliados de Hitler que, como estratégia bélica, suspenderam o fornecimento da matéria-prima para o Ocidente. Diante da situação, os Estados Unidos propuseram ao Brasil o Acordo de Washington, promovendo uma nova migração em massa de trabalhadores nordestinos para aos seringais amazônicos; desta vez, como “soldados da borracha”, num esforço de guerra para alimentar as indústrias de pneumáticos europeias e norte-americanas. E a saudade cresceu.

Ainda bem que, como saldo da 1ª Guerra Mundial, os cientistas inventaram o radinho transmissor e, em 1920, já funcionava regularmente a primeira “difusora” montada pela indústria americana Westinghouse. Desde então, as estações de rádio se espalharam pelo mundo. Quando a Difusora Acreana nasceu, ainda não existia o radinho de pilhas, mas, nos anos 1960, o aparelho já podia ser encomendado aos regatões e chegar às mãos dos seringueiros.

Antes disso, da difusora e do radinho a pilhas, é de justiça lembrar os carteiros como seu Nelson “do Correio”, de Sena Madureira, um herói anônimo que subia o Rio Iaco numa pequena canoa, ele próprio remando, com a mala postal enfiada num saco encauchado, cheia de cartas e encomendas do distante Nordeste para as famílias entranhadas na floresta. Ao longo daquele rio comprido, que começava no Peru, ele demorava meses navegando, o próprio corpo suando com um rio.

Mas o velho carteiro nem se aperreava. De seringal em seringal, cumpria sua missão sobre-humana de transportar saudades, esperanças e sonhos para pessoas isoladas naqueles confins. Ele sabia o quanto o aguardavam e queriam bem! Onde chegava se arranchava o suficiente para descansar, sem pressa, conseguindo remadores solidários em cada ponto, para ajudá-lo a chegar mais adiante. Tinha os regatões motorizados que lhe rebocavam por estirões, e aquela gente ribeirinha e os raros viajantes formavam uma imensa e renovada família.

Sua missão durou até a aposentadoria, numa época em que a tecnologia já havia possibilitado dispensar o remo para longas distâncias, em que o motor de rabo e as voadeiras apressariam a entrega do Correio e, com muito mais velocidade, a Rádio Difusora fazia chegar suas mensagens:

“Alô, alô, Seringal Desengano: dona Maria de Tal avisa que chegou bem a Rio Branco e já se encontra na casa da filha Joaquina. Aqui todos passam bem e mandam lembranças. Ainda não sabe quando vai poder voltar”!

Ao completar 71 anos, a Difusora continua cheia de vida e de acreanidade, contando com novas vozes e novos programas que tecem sua trajetória histórica e humana. Agora mesmo, a emissora se integra ao sistema Fundação de Comunicação do Acre e passa a crescer junto com a Rádio e TV Aldeia, e a Agência de Notícias do Acre. A mudança prevê uma moderna interatividade destes órgãos em elevadas e democráticas discussões nacionais e regionais.

Nessa trajetória de novas conquistas, a Difusora representa um esteio de cumaru no alicerce da sustentabilidade econômica, social, cultural, ambiental, ética e histórica que se constrói no Acre. Ela se impõe pela tradição, identidade e resistência que caminham até o coração dos povos da floresta, como diz o nosso Hino: “sem recuar, sem cair, sem temer”!
Viva “A Voz das Selvas”!

*Elson Martins é jornalista

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