Olá, tudo bem? Como vai você?
Acordei certo dia, com uma música em minha mente, música essa que sinceramente não faz parte do meu repertório, pois costumo ser bem seletiva.
Mas, como acredito que nossas mentes e consequentemente os nossos comportamentos podem ser estimulados, logo comecei a pensar, refletir sobre os casais que vivem um “Amor entre tapas e beijos” e acreditam que realmente se amam, mesmo passando a maior parte do tempo atirando agressões físicas ou verbais um contra o outro.
E a música de Leandro e Leonardo, apenas para lembrar, diz assim: “Perguntaram pra mim, se ainda gosto dela, respondi, tenho ódio, e morro de amor por ela, hoje estamos juntinhos, amanhã nem te vejo, separando e voltando, a gente segue andando, entre tapas e beijos …”
Odeia? Ama…, ou melhor, morre de amor.
Meu amigo, minha amiga, que tipo de relação é essa? Que amor é esse que separa e volta, quanta insegurança, incompreensão, incerteza, quanta falta de respeito e confiança!
Como afirmar que esse sentimento chama-se AMOR?
E ainda segue andando entre tapas e beijos…, agressões verbais ou não verbais, não importa! São agressões! E como chamar esse sentimento novamente de AMOR se estou diante de duas pessoas desequilibradas, instáveis, descontroladas e agressivas?
Quantos anos você realmente acredita que pode durar este tipo de relação?
Vou deixar você pensando neste tempo…,
Mas a música melancolicamente continua: “Eu sou dela, e ela é minha, e sempre queremos mais, se me manda ir embora, eu saio pra fora ele chama pra trás…,
Gente, por favor!
Ninguém é de ninguém!
Somos livres para mesmo juntos conquistarmos sonhos individuais.
E afinal de contas um casal que vive entre tapas e beijos quer mais o que?
Se agredirem mais?
Sem falar da humilhação, afinal, é constrangedor para alguém ser colocado pra fora, expulso…, e o outro (a) conhece tanto a sua fraqueza humana que te chama de volta porque sabe que você volta, afinal, infelizmente, você se tornou dependente deste sentimento que apenas te diminui, ou melhor, ambos se tornaram dependentes.
Mas ainda tem o refrão, e ele diz bem assim: “Entre tapas e beijos, é ódio é desejo, é sonho é ternura, o casal que se ama, até mesmo na cama, provoca loucuras…,
Realmente pode ser desejo, no entanto, desejo não é amor, é uma tensão em direção aquilo que o indivíduo anseia satisfazer.
Sonho e ternura é justamente aquilo que um casal equilibrado tem o prazer de viver, eles planejam juntos, sonham juntos, existe o toque de carinho, da suavidade e da intimidade que os aproximam, fortalecendo o amor.
Mas Claudia, na cama, olha só, nós nos entendemos muito bem, é uma loucura!
Bacana!
Mas me diz uma coisa, quanto tempo vocês querem que esta relação dure? Já pensou nisso?
Pergunto isso porque entre tapas e beijos o tempo de duração é curto, e se durar, não posso garantir que realmente serás feliz, afinal, uma hora alguém começa a cair na real, e passa a perceber a grande tolice e o estrago que fez, em sua vida e na vida, muitas vezes das maiores vítimas: os filhos.
Meu querido, minha querida, sexo é bom, mas não é ele que constrói uma relação duradoura, ele é parte desta construção.
Existem outros pilares que precisaremos nos atentar, se assim desejarmos realmente uma relação duradoura, como por exemplo: confiança, respeito, cumplicidade, senso de humor, compreensão, empatia, boa comunicação, adaptação, perdão, capacidade de recomeçar e tantos outros que o dia a dia nos mostra como ensinamento para nós seres humanos que realmente deseja um melhor relacionamento.
Mas voltando a música, os compositores admitem humildemente no final, quando dizem: “E assim vou vivendo, sofrendo e querendo, esse amor doentio, mas se falto pra ela, meu mundo sem ela, também é vazio”.
Pois é, a música fala o tempo todo de um relacionamento, de um amor doentio, onde existe sofrimento de ambas as partes, e um mundo vazio com, ou sem ele ou ela.
E neste momento, eu quero finalizar, me reportando a Bíblia sagrada em seu famoso texto que originou lindas canções: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor”.
E viver este tipo de AMOR, é viver a vida como realmente merece ser vivida.
Um grande abraço!
* Claudia Correia é psicóloga
[email protected]
Facebook: Claudia Correia de Melo
Site: claudiacorreia.com.br