Uma diferença entre o Governo do Acre, que tem à frente o petista Tião Viana, e o governo de São Paulo do tucano Geraldo Alkmin no trato da segurança pública. O governo de Alkmin negociou com bandidos – com Marcola, especificamente – para por fim a uma grave crise de segurança pública registrada em 2006, quando o crime organizado fez e aconteceu na capital paulista e no interior daquele Estado, resultando, inclusive, na morte de policiais e civis. A equipe de segurança de São Paulo teve que pedir ao traficante Marcola que parasse com toda aquela violência.
No Acre, nestes dois últimos meses, o crime organizado também se insurgiu contra o estado democrático de direito. Tião Viana, no entanto, fez diferente de Geraldo Alkmin. Tião Viana botou a polícia na rua, ampliou as ações de investigação e de inteligência, convocou a Força Nacional de Segurança e botou a bandidagem atrás das grades. Os criminosos de maior potencial ofensivo foram transferidos para prisões de segurança máxima, tendo, assim, suas influências sobre os demais detentos das penitenciárias reduzidas significativamente.
É assim que se age em momentos de crise: com determinação, com vigor, com inteligência e com disposição para enfrentar o problema.
Outro dia, conversando com o deputado federal César Messias (PSB) ele me dizia que o bom-gestor não se esconde dos problemas. O bom-gestor se abraça aos problemas e só larga deles quando estão definitivamente resolvidos.
Nestes anos de mandato de Tião Viana, observo que ele segue bem essa regra. E não estou falando apenas da questão da segurança pública. Não faz nem dois anos que vivemos um dos momentos mais críticos no Estado quando o transbordamento do Rio Madeira, em Rondônia, deixou os acreanos isolados do restante do País por via terrestre. Foram dias difíceis onde a escassez de alimentos e combustíveis quase provoca um colapso no Acre.
Essa crise só não foi mais grave porque o Estado estava sendo governado por um homem que não se esconde dos problemas. Todos nós lembramos do seu envolvimento direto nas ações que visavam minorar o problema. Não só ele, mas toda a sua equipe. A estiagem veio, o rio baixou, mas o Governo do Acre não se acomodou. Junto com a bancada federal em Brasília, o governo de Tião Viana tem buscado formas para por fim definitivo ao risco de novo isolamento a partir de outras enchentes, transbordamentos e alagamentos. Uma delas é a construção da ponte sobre o Rio Madeira, que também resulta na solução de um outro problema antigo que muito incomodava os acreanos, que á a travessia do rio através de balsas.
Se o problema no Acre foi as chuvas e os transbordamento dos rios, no mesmo período praticamente, São Paulo viveu e ainda vive o inverso, que é a falta de chuva para abastecer os mananciais. Alckmin se escondeu do problema. Alckmin, por muito tempo, sequer reconheceu o racionamento de água que já afetava as famílias de São Paulo. O governador tucano também não tem buscado soluções para o problema, ao menos que se tenha conhecimento. Além disso, Alckmin determinou sigilo sobre as informações referente à Sabesp, estatal que gerencia o saneamento básico em São Paulo.
Essas são algumas diferenças entre os governos do rico São Paulo e do módico Acre. É também a diferença entre o modo petista de governar e o modo tucano. E essa formas de gestão se destacam em todos os campos da administração pública.
Vejamos outro exemplo ressente que chama atenção: o caso dos haitianos. Desde 2010, quando um terremoto arrasou o Haiti, que o Acre vem recebendo refugiados daquele país. Aqui eles foram acolhidos, receberam a atenção e a documentação necessária para entrar no Brasil, bem como para terem o direito de trabalhar e para se sentirem como cidadãos novamente. Apesar de não ter recursos suficientes para atender à grande demanda desses imigrantes e de outros que chegavam através das fronteiras do Peru e da Bolívia, o Acre continuou acolhendo-os sem grandes alardes.
Já quando uma leva desses imigrantes desembarcou em São Paulo, Alckmin quase infartou e alegou não ter condições de receber ‘tantos’ refugiados ao mesmo tempo. Ora! Ora!
Voltando à questão da segurança pública no Acre, é certo que o crime organizado não está debelado. Não, de jeito nenhum. Ele persiste e persistirá sempre, tanto aqui quanto em São Paulo e em outros estados. Mas, no Acre, a diferença é que os gestores e forças de segurança não se curvam e vão estar sempre lutando para que o estado democrático de direito seja respeitado.
No Acre, não se negocia com bandido!
Tião Vítor é jornalista*