X

Professores oferecem atendimento pedagógico para crianças em situação de internação

Poucas pessoas sabem que toda criança tem esse direito. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

Há 25 anos, a Secretaria de Educação e Esporte do Estado do Acre (SEE), através do Departamento de Ensino Especial, oferece atendimento pedagógico para crianças e adolescentes em situação de internação hospitalar e domiciliar. O grupo de professores da Classe Hospitalar atua no Hospital das Crianças, Hosmac, Unacon, Educandário Santa Margarida e na Casa de Acolhida Souza Araújo.

É como se uma sala de aula fosse levada para dentro dos hospitais, ou ainda na residência do aluno. “De acordo com a série que o aluno estiver inserido nós desenvolvemos atividades pedagógicas e lúdicas. Nós vamos montando portfólio e acompanhando o trabalho desses alunos”, explicou a coordenadora da Classe Hospitalar, Alcinéia Abud.

Poucas pessoas sabem, mas é direito de toda criança e adolescente hospitalizados desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para a saúde e acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência no hospital. “Quando a criança fica internada é um momento cansativo, fazendo tratamento, muitas vezes sem saber quanto tempo vai durar esse tratamento. É necessário que se faça esse trabalho”, completou Abud.

Segundo a coordenadora, as atividades são desenvolvidas de acordo com a situação da saúde das crianças. “Por exemplo, a criança que necessita ser atendida no leito, muitas vezes a crianças não está em um momento de estar estudando. Muitas vezes ela precisa de uma atenção maior, a parte emocional da criança pode estar afetada, então ali nós vamos desenvolver mais atividades lúdicas, música, arte, para que ele venha a esquecer um pouco aquele momento”.

Coordenadora há 4 anos da Classe Hospitalar, Abud fala que várias históricas marcaram o seu dia-a-dia nos hospitais, mas uma em especial ficou na memória: “Uma criança chegou e falou um fato que tinha acontecido com ele, ai ele chegou e disse que gostou tanto daquilo ter acontecido, por que foi um momento que ele andou tanto de ambulância. Aquela era a maior vontade dele, andar de ambulância”, recordou.

Atualmente 13 professores atuam na Classe Hospitalar em Rio Branco. Para Abud, realizar esse trabalho com as crianças é prazeroso, porém em alguns momentos é triste ver o sofrimento de alguns pequenos pacientes. “Às vezes nós sabemos da situação da criança, mas não podemos mostrar isso. Temos que chegar alegres, satisfeitos em conhecer aquela criança… É um trabalho que nós nos apegamos!”

Abud ressalta que no próximo dia 24 de novembro, acontece a exposição Classe Hospitalar “Quem Conhece Reconhece”, no Memorial dos Autonomistas, das 8h às 17h. A exposição abordará todo o trabalho realizado durante os 25 anos de Classe Hospitalar em Rio Branco. “Vamos abordar tanto o atendimento hospitalar como o domiciliar”, falou.

Atendimento pedagógico domiciliar
Em algumas situações, após receber a alta do médico, as crianças ainda não estão em condições de voltar às atividades escolares. Neste caso, é realizado o atendimento pedagógico domiciliar, onde os professores acompanham esses alunos em casa até voltarem às atividades nas escolas.

“Esses são dois trabalhos que se complementam, o atendimento hospitalar e domiciliar. O médico geralmente da um atestado de três meses, por exemplo, então nesse período que ele vai ficar em casa ele tem continuidade nos seus estudos, através do atendimento pedagógico domiciliar”, disse a coordenadora do Atendimento Pedagógico Domiciliar, Nazaré Pontes.

Pontes destaca que as pessoas interessadas devem procurar a SEE e solicitar o atendimento. “Nós visitamos a casa dos alunos, fazemos uma avaliação e vemos a necessidade de receber esse atendimento. Depois fazemos o contato com a escola e solicita esse professor”.

Categories: Flash
A Gazeta do Acre: