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Adoção de cartas ao Papai Noel dos Correios tem baixa adesão na Capital

Em Rio Branco, mais de 1.700 crianças escreveram para o Papai Noel dos Correios. (Foto: Victor Augusto)

Realizada há mais de 20 anos, a Campanha Papai Noel dos Correios em Rio Branco ainda mostra baixa adesão na adoção de cartas. A campanha começou no dia 20 de novembro e mais de 1.700 crianças escreveram para o Papai Noel. Porém, a adesão dos padrinhos têm sido pequena, se comparado a anos anteriores. Cerca de 550 cartinhas ainda esperam por padrinhos.

O objetivo do projeto é atender, dentro do que for possível, os pedidos de crianças carentes que escrevem ao Papai Noel. “Nós queremos incentivar a escrita das crianças, e, agregado a isso, desenvolver essa ação social da empresa”, explicou o coordenador da Campanha em Rio Branco, Antônio Carlos Mourão.

Crianças de seis escolas e da comunidade em geral já escreveram suas cartas e estão cadastradas. Segundo o coordenador, a idade máxima das crianças é de 10 anos. Para ele adotar uma carta é um gesto de amor ao próximo.

Os pedidos para o Papai Noel são os mais variados como material escolar, brinquedos e até cestas básicas. “São crianças carentes da Capital e da zona rural. São crianças que pedem presentes muito simples, uma calça jeans, um apontador. Os presentes deste ano estão muito palpáveis para os padrinhos. São bonecas, carrinho, coisas simples mesmo”, disse Mourão.

Com baixa adesão, o coordenador da campanha faz um apelo à comunidade: “É um projeto excelente. Aqui nós falamos que nós não temos cartinhas, nós temos sonhos! Cada criança que escreveu uma cartinha está contando os dias para receber o presente do Papai Noel. Seria muito importante que a sociedade viesse. Não é muito fazer uma ação dessa durante o ano. Tem presente de R$ 10, R$ 15, R$ 20. Acho que uma vez no ano todo mundo consegue fazer”, convidou.

Para Mourão a baixa adesão da comunidade está relacionada à crise econômica que o país está vivendo. “Acredito que essa crise está assolando todo mundo. Todo mundo tem pai, primo, tio para presentear, mas tem aquelas crianças que não tem nem pai, que não vai receber nada. Todo ano eu adoto três, quatro cartinhas”, contou.

O coordenador aproveitou o momento para lembrar os padrinhos que já se comprometeram, que o prazo máximo para a entrega dos presentes na agência dos Correios é dia 16 de dezembro. “Que os padrinhos realmente honrem com seus compromissos. Esse é outro problema que nós temos. Às vezes, a pessoa adota uma carta e quando chega na data para entregar o presente não chega”, alertou.

Os interessados em fazer uma boa ação neste Natal e adotar uma cartinha, devem procurar a agência dos Correios, localizada no Centro, Rua Epaminondas Jácome, 5828. A data para a entrega dos presentes é 16 de dezembro, por isso, os padrinhos devem procurar com antecedência a agência.

Porque ser um padrinho?
Essa época do ano o espírito natalino contagia as pessoas. A funcionária dos Correios, Ronilda Souza, de 42 anos, conta que mesmo antes de começar a trabalhar na instituição ela já adotava cartinhas.

Para Ronilda, a história das crianças é a maior motivação. Emocionada, ela diz que muitas delas pedem apenas uma cesta básica, para toda a família ter o que comer durante o final do ano. “Isso é o que me deixa mais comovida. Eles pedem cestas básicas para não passar o Natal sem alimentação. Isso deixa a gente muito triste e comovida, por isso eu adoto”, relatou.

Escolher uma cartinha entre milhares é uma tarefa difícil para os padrinhos, afinal são muitas histórias emocionantes. “Quando eu vou pegar uma cartinha para presentear uma criança, geralmente é pela história. Muitas vezes são crianças que passam necessidades”, falou Ronilda.

Este ano, a cartinha escolhida pela funcionária dos Correios é de uma menina de cinco anos de idade. Na carta, a criança relata que o seu maior sonho é ter uma boneca para brincar. Ela acrescenta que não conhece o pai, e que sua mãe não tem condições de comprar o brinquedo tão desejado.

A campanha
Somente nos últimos três anos, o Papai Noel dos Correios realizou o sonho de um milhão de crianças no Brasil. A mobilização de padrinhos e ajudantes proporcionou Natais inesquecíveis. Milhares de pessoas tiraram o “Bom Velhinho” e o espírito natalino das páginas de ficção e transformou-os em realidade.

Desde 2010, a campanha contempla, além das cartas das crianças da sociedade que escrevem diretamente ao Papai Noel, as crianças das escolas da rede pública de ensino (até o 5º ano do ensino fundamental) e de instituições parceiras, como creches, abrigos, orfanatos e núcleos educativos.

Vale lembrar que os Correios não são responsáveis por pedidos de presentes em nome da campanha eventualmente entregues em residências ou deixados em caixas de correspondência. A campanha Papai Noel dos Correios não solicita presentes diretamente à população, seja por meio de carta, e-mail, telefone ou visita. É preciso estar atento aos golpistas de plantão.

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