Os menos avisados ou mal informados podem achar que a nuvem de fumaça que cobriu ontem a Capital e outras cidades pode ter sido provocada pelas queimadas que estariam sendo realizadas no Acre, mas não é exatamente isso o que aconteceu e a questão precisa ser devidamente esclarecida até para se tomar algumas posições a respeito.
Que tem havido nas últimas semanas um aumento dos chamados focos de calor ou queimadas também em algumas regiões do Estado não se pode negar. Contudo, o fumaceiro que cobriu grande parte do Estado ontem, segundo os institutos de pesquisas confiáveis, como o Inpe(Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais) foi trazido pelos ventos da Bolívia e de estados vizinhos como Rondônia e Mato Grosso.
E aí é que se deve questionar até que ponto o Acre e por extensão a Amazônia estão pagando um preço alto pelas consequências que a devastação da floresta em outros estados está trazendo para a região.
Ou seja, o que se observa é que a União, as populações do Sul e Sudeste, mesmo entidades ambientalistas são rigorosas em cobrar dos estados amazônicos a preservação de suas florestas e pouco disponíveis em dar a devida contrapartida em apoio e recursos para que esses estados desenvolvam projetos econômica e socialmente sustentáveis. Assim é fácil ser ambientalista.