A não ser que ocorra alguma surpresa de última hora, todas as projeções indicavam que o Senado aprovaria ontem à noite o processo de impeachment e, por conseguinte, o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff.
A questão que se coloca a partir de hoje, como alertava um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio, quando este processo começou ainda na Câmara dos Deputados, é a do “dia seguinte”.
Ou seja, até que ponto o novo Governo será capaz de administrar a grave crise que se agravará, com uma sociedade dividida. E o mesmo ministro previa que dias difíceis virão.
Aliás, não só ele. Outros analistas políticos, intelectuais e a própria imprensa internacional vem alertando que este processo poderá representar para o país um “salto no escuro”. Ou como alertou o economista Bresser Pereira, ex-ministro do Governo tucano Fernando Henrique Cardoso, “o país pagará caro” pela ruptura da ordem institucional, trocando um Estado social” por um “Estado rentista, especulativo”.
Pelo sim, pelo não, é aguardar e torcer para que, pelo menos, prevaleça o bom senso e não aconteça o pior.