Nada a contestar sobre os dados apresentados ontem pela juíza da Vara de Execuções Penais, Luana Campos, durante a audiência pública sobre a segurança pública e a situação dos presídios no Estado. Contudo faltou uma análise mais abrangente sobre o grave problema que não se restringe somente ao Acre, mas a todos os estados e em muitos deles ainda é mais grave.
Responsabilizar apenas o Governo do Estado pelos problemas é mais cômodo e pode-se cometer até injustiça, considerando o esforço que as polícias Civil e Militar vêm fazendo para combater a criminalidade.
Quem acompanha a história, independentemente de questões político-partidárias, há de convir que nunca se prendeu tantos foras-da-lei como nesses últimos anos. Se os presídios estão com problemas de superlotação não é por omissão do Governo, mas, fundamentalmente, por falta de recursos e aí é que a magistrada deveria ter sido mais correta em suas considerações.
Quando, por exemplo, ela aborda o surgimento das organizações ou facções criminosas no Estado, em nenhum momento, ela responsabilizou o Governo Federal, que tem a obrigação constitucional e primeira de vigiar as fronteiras, por onde entra o tráfico de drogas e armas. Com efeito, a questão é séria, grave, mas é preciso ser analisada de forma mais abrangente.