Quem dizia, antes, que as medidas de ‘aperto’ para a contenção de gastos da nova presidência de Michel Temer não iriam atingir os programas sociais de herança do governo petista, como o Bolsa Família, estava redondamente enganado. Chegou sim, e veio ‘de com força’.
O balanço dos 469 mil benefícios cancelados e 667 mil bloqueados no chamado ‘pente-fino’ que o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) realizou no programa nada mais é do que um alerta explícito de que a nova política econômica brasileira não vai parar por aí. Os menos abastados vão penar para que o Brasil dos ricaços volte a saber o que é crescimento.
O Acre sente o reflexo disso também. Aqui, foram 3.456 mil cadastros identificados com irregularidades, sendo que 1.340 mil deles já foram cancelados. Esses dificilmente vão saber o que é voltar a receber benefícios do programa. Os demais cancelados ainda têm um lampejo de esperança, mas vão ter que ficar mais pobres – como se isso fosse algo bom – para reaver tal renda.
No fim das contas, é essa a linha de raciocínio que o brasileiro mais humilde vai seguir, a do empobrecimento. Melhor desistir da renda para ficar ganhando o benefício, porque abrir mão de uma renda fixa mensal ninguém vai querer. É difícil enxergar como esse cenário, com pessoas optando pela inatividade, vai ser uma economia para os cofres públicos.