Após uma visita ao Hospital da Criança, o empresário acreano Wellington Leite, 40 anos, recebeu um pedido inesperado de uma mãe com sete filhos. Moradora do bairro Caladinho, ela precisava de ajuda para continuar cuidando das crianças. Leite ainda não imaginava, mas aquele era o começo de um trabalho social que ele iria se apaixonar.
Aos poucos, o empresário foi conhecendo outros moradores do bairro e observando que muitas crianças daquele lugar não estavam frequentando a escola por diversos motivos. “Comecei levando lanche para conhecer as crianças e fazendo brincadeiras”, recordou.
Leite ajuda como pode. Faz doações de materiais escolares, produtos de higiene, sapatos, tudo para que as crianças se sintam estimuladas a frequentar as salas de aula. Para aquelas que não estão matriculadas, ele improvisa atividades educacionais a fim de despertar o interesse pelos livros.
“Ensinamos a ler, a escrever. Mas, uma das nossas prioridades é a educação, respeito, saúde, comportamento. Eles não têm referência de nada e de ninguém”, acrescentou.
Pelo menos uma vez por semana, o empresário e a noiva, Sibelle Lopes, visitam as famílias beneficiadas. Ao longo de dois anos, os dois já ajudaram mais de 20 crianças e seis famílias.
Para Leite, as mudanças são perceptíveis e inspiram a continuar com o trabalho voluntário. “Percebi muitas mudanças. Primeiro, porque depois de um tempo todos eles tomam banho e vestem roupas limpas para me esperar chegar. Outro ponto fundamental é o respeito, não só por mim, mas também entre eles. Estão mais carinhosos”.
Cursos profissionalizantes
O empresário sonha alto e pretende oferecer cursos profissionalizantes e de inglês para as crianças e adultos do bairro Caladinho. Futuramente, ele quer comprar um terreno para implantar uma pequena escola profissionalizante, com cursos em diversas áreas.
Leite explica que toda ajuda é bem-vinda. Ele já firmou parceria com alguns amigos e empresários, mas ainda precisa de ajuda para tornar o sonho realidade.
“Quero construir salas que possam ter aula de informática. Quero o Caladinho falando inglês, quero o Caladinho sendo um bairro de pessoas dignas. Quero oferecer cursos profissionalizantes de panificação, costura, entre outros. Quero levar dignidade para essas pessoas”.