X

Pais/responsáveis aprendam a jogar o jogo da vida

Olá, tudo bem?
Como vai você?
Quero iniciar o artigo de hoje apresentando com responsabilidade a Constituição Brasileira para nós pais ou responsáveis.
A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 227, estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Pais, quanto tempo faz que vocês pararam para escutar seus filhos? Vocês sabem os que eles pensam à cerca da vida? Vocês sabem o que seus filhos querem fazer ao concluírem a escola? E o que eles estão vivenciando dentro da escola, como têm interagido com outras crianças ou outros jovens? Eles brincam, riem, pulam, dançam se soltam em um mundo que deveria ser divertido? Ou vocês preferem que suas crianças estejam dentro do quarto, ali em seu cantinho, pois somente assim estarão seguras, protegidas deste mundo? Mas me digam outra coisa: existe realmente segurança, proteção em um mundo virtual, oferecido pela internet, que está lá, dentro do quarto dos seus filhos?
Infelizmente, a situação hoje tem se tornado crítica, preocupante, pois estamos perdendo nossos filhos dentro de casa ou, melhor dizendo, para os quartos. Talvez não estejamos percebendo, mas temos trabalhado muito para suprir materialmente aos nossos filhos, quem sabe envolvidos demais com as nossas carreiras ou estudos, buscando conquistar títulos e mais títulos. Diante desta realidade, resta-nos pouco ou nenhum tempo para darmos atenção e afeto a eles, então, recorremos a soluções práticas, ou seja, equipamos os quartos dos nossos filhos com TV, internet, oferecemos a eles um mundo virtual para que desbravem tudo que desejarem, assim, nós pais/responsáveis, não seremos incomodados.
Estamos ilhados! Todos, pais/responsáveis e filhos. Cada um em seu próprio espaço, sem diálogo, sem trocas de afeto, de carinho, atenção. O individualismo está presente e reinando dentro de nossas casas. Cada um em seu quadrado. Os filhos com seus fones de ouvidos trancados em seu quarto, em seu mundo, e nós, pais/responsáveis sem ter ideia do que eles estão pensando, fazendo, ou com quem estão conversando ou se relacionando, afinal, não temos tempo para perceber, portanto, não imaginamos que as mentes de nossas crianças ou adolescentes podem estar sendo manipuladas, usadas e condicionadas através do mundo virtual. O que eles estão aprendendo? Nós sabemos?
Pais/responsáveis, nossos filhos estão perdendo a vida! Tanto literalmente, através do suicídio, quanto em suas interações para conosco. Cabe a nós, ensinar princípios e valores. Mas que princípios ou valores familiares, se nós, os pais/responsáveis, não temos mais tempo de qualidade para ensiná-los?
Pais, acordem, ajam! Nós estamos perdendo os nossos filhos para os quartos! Esta é a nova geração: de filhos nos quartos! Como é triste! Os valores familiares estão perdendo espaço para valores externos, cheios de ideologias, que têm contribuído para destruição familiar. E o que nós pais estamos fazendo? Até quando cruzaremos os braços? Permitiremos realmente que a família perca a sua identidade? Até quando permitiremos que a tecnologia seja babá de nossos filhos? Até quando deixaremos que nossos filhos sejam ocupados com jogos virtuais e mortais? É assim, que nossos filhos estão seguros? É dessa maneira que se sentem bons pais, suprindo-os, recompensando ou compensando-os materialmente?
Pais/responsáveis, os nossos filhos não estão precisando de quartos equipados tecnologicamente. Eles estão precisando de nós, os seus pais! Então, o que acham de aprendermos juntos a jogar o jogo da vida?
Este é o objetivo desta cartilha, que nós, todos juntos, pais/responsáveis e filhos, aprendamos ou reaprendamos a viver a vida de forma saudável e satisfatória, onde o diálogo, o amor, a afetividade, os limites e a disciplina se fazem necessário para assim sabermos viver em um mundo que tem apresentado a morte como algo desafiador e atraente. Pais/responsáveis e filhos, aprendam a jogar o melhor dos jogos: o Jogo da Vida!

Um grande abraço!
Fica com Deus!

 

* Cláudia Correia é terapeuta de adolescentes, famílias e casais. Palestrante e escritora.
Aconselhamento online para você e sua família. Skype: claudiacorreiamt

A Gazeta do Acre: