“Vergonha” “retrocesso”, “farsa”, “infâmia”. Tudo ou quase tudo já se disse sobre a questão, mas apesar disso, a Câmara Federal deverá repetir hoje o que fez com a primeira denúncia contra o presidente da República, desta vez denunciado pela Procuradoria Geral de República por “organização criminosa” e “obstrução à Justiça”, incluindo três dos seus principais ministros.
Desta vez, a gravidade ainda é maior, considerando que, na falta de recursos para comprar os votos necessários dos deputados, chegou a mudar a legislação, permitindo a volta do trabalho escravo e anistia das multas ambientais, favorecendo a chamada “bancada ruralista”.
No caso do trabalho escravo, diante da reação de entidades como a própria ONU, uma ministra do Supremo Tribunal Federal, talvez, envergonhada, exarou uma liminar suspendendo as mudanças que o Governo pretendia fazer. O que não diminui em nada a omissão e a cumplicidade daquela Corte com a degeneração ética que vem ocorrendo no país desde a ruptura da ordem institucional com o golpe parlamentar.
Descrente, inerte, omissa, a sociedade nem reage mais diante de tantos descalabros, preocupada apenas em enfrentar a crise econômica que ainda atinge mais de 13 milhões de brasileiros.
