Ainda sobre a questão da segurança pública, tanto o Governo Federal quanto o Congresso concordaram com as ponderações e sugestões dos governadores que se reuniram anteontem em Brasília para apresentar a Carta do Acre, mas faltou o principal: a alocação urgente de recursos para um Fundo Nacional para combater a criminalidade.
Com a maior desfaçatez, depois de ter gasto bilhões de reais para livrar o presidente da República de dois processos de denúncias de corrupção, o Palácio do Planalto mandou dizer aos governadores que o Governo não dispõe de recursos para a criação desse Fundo, ignorando a urgência que os governos locais têm para combater a criminalidade que, em alguns estados, como o Rio de Janeiro, saiu completamente do controle.
Com essa afirmação, o Governo Federal simplesmente ignora e se exime que a responsabilidade maior e primeira é dele próprio em guarnecer as fronteiras do país para fazer o combate ao narcotráfico e ao contrabando de armas, relegando para os estados essa responsabilidade.
No caso do Acre, as forças de segurança local ainda estão fazendo o que podem, mas basta ligar a televisão, abrir os jornais e acessar outros meios de comunicação para constatar que a criminalidade continua com requintes de crueldade, atingindo, sobretudo, a juventude. Ainda há poucos dias, a polícia prendeu um bandido com o sugestivo apelido de “Mata rindo”.