Demorou, mas até que enfim, o ministro da Defesa, Raul Jugmann, admitiu que o sistema de segurança no país está “falido” e que nem as constantes idas e intervenções do Exército aos estados mais atingidos pela criminalidade, como no caso das chacinas em presídios, estão dando resultados.
Isso, contudo, isso já se sabia, mas o importante é que ele, pelo menos, apontou as verdadeiras causas do problema. Segundo ele, a “nacionalização” e a “transnacionalização” do crime.
Traduzindo, a interiorização das famigeradas facções criminosas, que migraram das grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, para os estados das regiões Norte e Nordeste e atravessaram as fronteiras desses estados, sobretudo, na Amazônia, para se beneficiarem do narcotráfico que entra livremente dos países tidos como maiores produtores e exportadores de drogas e armas.
Na verdade, o ministro admitiu aquilo que o governador Tião Viana e outros governadores reunidos aqui em Rio Branco já haviam denunciado com toda ênfase, reclamando que o Governo Federal está sendo omisso em fazer a sua parte, que é a de exercer essa vigilância de prevenção e o combate ao narcotráfico.
O ministro só esqueceu de admitir que para tanto o Governo Federal precisa por em prática um Plano Nacional de Segurança, liberando os recursos necessários aos governos estaduais se integrarem a este Plano, tarefa que o Governo do Acre vem fazendo com determinação e recursos próprios.