Em entrevista divulgada no final de semana, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, admitiu que o Governo Temer, centrou nos últimos tempos todos os seus esforços para aprovar a Reforma da Previdência, que acabou abortada, e deu pouca atenção às reivindicações dos governos estaduais que clamavam por medidas e recursos para o combate à criminalidade que tomou conta da maioria dos estados.
O ministro chegou a reconhecer que os governadores estavam com “sentimentos de angústia, impaciência” e reclamavammedidas urgentes e efetivas no combate ao crime. Ou seja, o ministro acabou por assinar também a chamada Carta do Acre, na qual, os governadores, reunidos em outubro do ano passado aqui em Rio Branco, por iniciativa do governador Tião Viana, já apontavam as medidas necessárias que foram tomadas só agora, na semana passada, em Brasília com o presidente Michel Temer.
Com esse reconhecimento ou confissão do ministro, é de esperar agora que as medidas anunciadas sejam tomadas com urgência antes que mais alguns estados, como o Rio de Janeiro, percam o controle sobre a criminalidade e o Governo tenha que decretar novas intervenções militares que por si só e por serem passageiras, não resolvem o problema.
De outra parte, esse reconhecimento do ministro dá inteira razão ao governador Tião Viana e esvazia o discurso de setores políticos que apenas criticam e não propõem soluções sobre a segurança pública, a não ser a volta dos “esquadrões da morte”.