Se havia ainda alguma dúvida de que o ex-presidente Lula é um “preso político”, elas se dissiparam ontem com a medida ditatorial do juiz Sérgio Moro, que proibiu a visita de nove governadores de Estado, entre eles, o governador Tião Viana, que foram a Curitiba visitá-lo na carceragem em que se encontra na Polícia Federal.
Inconformados e indignados com a atitude do juiz, os governadores anunciaram que pedirão uma audiência com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, mas de antemão, já se pode prever que pouco ou nada obterão, considerando que a ministra é co-responsável pela prisão arbitrária, sem provas, do ex-presidente da República.
Aliás, não foi apenas essa medida de um juiz de primeira instância que faz e desfaz que está indicando que o país caminha para uma ditadura. Ontem, às vésperas, de o STF julgar mais uma liminar, para definir a questão das prisões em segunda instância, mais um general do Exército, Luiz Gonzaga Lessa, em entrevista a uma emissora de televisão, foi claro em dizer que se o STF votar pela presunção da inocência, como ordena a Constituição, haverá intervenção militar.
Ou seja, os ministros da Suprema Corte votarão outra vez com as baionetas no pescoço e tudo leva a crer que se repetirá o resultado da primeira votação e o país passará a viver uma “democracia tutelada” pelos militares ou uma ditadura escancarada.